O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), enviou ao Ministério Público Eleitoral a queixa-crime de Guilherme Boulos (PSOL) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por associá-lo, sem provas, à organização criminosa PCC. A denúncia será analisada pela Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE).
O envio de denúncias como a protocolada por Boulos ao MPE é de praxe, já que o órgão é responsável por se manifestar sobre ações apresentadas por campanhas de políticos ao TSE. A partir da decisão do MPE, Nunes Marques vai decidir se dá ou não andamento à ação no TSE.
Boulos protocolou a ação no dia da votação do segundo turno das eleições municipais, após Tarcísio associá-lo ao PCC em uma coletiva dada quando as urnas ainda estavam abertas para votação. Boulos disputava a prefeitura da capital paulista contra Ricardo Nunes (MDB), que conseguiu se reeleger prefeito.
Sem apresentar provas, Tarcísio afirmou que conversas supostamente interceptadas por serviço de inteligência apontaram que a facção orientou familiares e apoiadores a votar em Boulos. Na ocasião, Boulos rechaçou a fala e afirmou que Tarcísio cometeu crime eleitoral e abuso de poder.
Em resposta à fala, a campanha de Boulos protocolou duas ações na Justiça Eleitoral. Uma das ações argumenta que houve divulgação de falsa imputação e pede a instauração de inquérito policial para averiguar a responsabilidade criminal de Tarcísio e Nunes. Esta foi a ação enviada ao MPE por Nunes Marques. A segunda ação tem trâmite mais lento, e pede a inelegibilidade de Tarcísio e Nunes.