No sábado (9), o Ministério das Relações Exteriores do Catar disse que Doha havia informado Israel e o Hamas há dez dias que "pararia seus esforços" se um acordo não fosse alcançado durante a rodada mais recente de negociações fracassadas no mês de outubro.
A declaração foi emitida um dia depois que uma fonte do governo Biden havia afirmado que para Washington a presença do Hamas em Doha "não era mais viável ou aceitável". Segundo o Financial Times (FT), a afirmação teria surgido graças a uma matéria divulgada na mídia israelense sobre as relações do Estado do Golfo com o grupo militante palestino terem sido abaladas pela declaração de que o Hamas não era mais bem-vindo em Doha — que sediou o escritório do grupo desde 2012.
Diante da informação divulgada, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed bin Mohammed al-Ansari, disse em declaração que a apuração "sobre o escritório do Hamas em Doha" era imprecisa.
Há muito tempo que o Catar tenta estabelecer um canal de comunicação confiável entre os envolvidos no conflito, mas tem visto seus esforços de mediação serem constantemente minados. Doha tem sofrido ataques por parte de políticos israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que não apenas discordam de avançar nas negociações, pressionam o Catar para convencer o Hamas a aceitar seus termos.
Apesar disso, o Catar se manteve trabalhando junto dos EUA e do Egito para garantir que um acordo seja estipulado entre as partes, mas desde abril, Doha manifesta cansaço com o processo.
Em setembro, Doha acusou o governo de Netanyahu de promover uma abordagem do conflito "baseada em uma tentativa de falsificar fatos e enganar a opinião pública mundial repetindo mentiras" que "levariam ao fim dos esforços de paz".