Em depoimento no município de Lages (SC), a mulher declarou que o ex-companheiro fez pesquisas no Google para planejar o atentado e detonou a bomba contra si mesmo porque fora descoberto antes de executar o plano, mas que já havia intenção de suicídio após o assassinato.
Ainda segundo ela, o ex estava obcecado com Moraes desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia ganhado a eleição, em 2022.
O carro de Wanderley Luiz foi encontrado com explosivos e em chamas próximo à Câmara dos Deputados, e explosões foram registradas em frente ao prédio do STF.
Em coletiva de imprensa mais cedo, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, informou que Francisco Wanderley Luiz também havia alugado um trailer que estava estacionado há alguns meses em "um ponto estratégico, nas proximidades do STF", indicando que havia "um planejamento de longo ou médio prazo e que sinaliza para a gravidade de tudo isso".
Ainda de acordo com o diretor-geral, parentes do criminoso já haviam comentado que ele era dono de alguns imóveis alugados em Rio do Sul, cidade catarinense do Alto Vale do Itajaí onde ele morava e disputou as eleições municipais de 2020 para vereador, pelo PL.
A polícia descobriu na casa alugada por Luiz em Ceilândia, cidade-satélite do Distrito Federal, indícios ligados às manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023. De acordo com a PF, ele morou na casa por quatro meses.
O diretor comentou que um robô do esquadrão antibombas detonou uma bomba no local e salvou a vida de alguns policiais que estavam prestes a entrar na residência.
Moraes comentou o ataque nesta manhã em palestra em Brasília e defendeu que o incidente não representa um "fato isolado", mas faz parte de um contexto de desestabilização iniciado com o chamado "gabinete do ódio", núcleo próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que é investigado por disseminar desinformação e atacar instituições.
A PF, que abriu um inquérito logo após o incidente com bomba, encaminhou o caso ao Supremo, onde foi atribuído a Moraes, devido à sua relatoria em processos que envolvem o gabinete do ódio.
O atentado será investigado como ato terrorista.