"O Brasil exporta muita soja, mas essa exportação ocorre por canais controlados por um oligopólio global de poucos traders […]. Esses players não apenas controlam o comércio de grãos, mas também a infraestrutura por meio da qual esse comércio acontece. Eles controlam informações sobre estoques e armazenamentos e, de certa forma, também a logística". exemplificou.
"Isso permitirá obter melhores condições para nossos povos e negócios, elevando-os nas cadeias globais de valor. Acredito que essa seja a promessa da cooperação do BRICS no campo da concorrência", concluiu ele.
"Um dos assuntos mais relevantes é a interseção entre proteção de dados e concorrência, que são duas disciplinas que tradicionalmente foram consideradas separadas, mas que hoje em dia estamos notando um fenômeno de convergência; os dados pessoais se tornaram um ativo extremamente valioso. Logo, a concentração de dados é extremamente arriscada em termos de concentração de mercado, e é um assunto cada vez mais explorado pelos reguladores de concorrência que estão aqui conosco para analisar esses desdobramentos", comentou Belli, que também é coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS-FGV) da instituição.