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Petrobras estuda criação de empresa para produção do etanol e retorno ao setor no mercado

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (22) que sondou produtores de cana-de-açúcar e de milho para criar uma parceria empresarial, joint venture, de produção de etanol e compensar o declínio na venda de gasolina previsto para as próximas décadas.
Sputnik
A previsão da empresa é que até 2040 a gasolina tenha perdido relevante participação entre os combustíveis de carros de passeio, que tende a ser substituída pelo etanol.
O anúncio foi feito durante a apresentação do plano de negócios 2025-2029. O plano de negócios 2017-2021 deixou a Petrobras fora do mercado de etanol. A nova presidente da estatal, Magda Chambriard, declarou que o etanol é o principal produto competidor da gasolina no Brasil:
"Somos o único país do mundo que tem frota de veículos leves flex, ou seja, etanol", disse.
O diretor-executivo de Transição Energética e Sustentabilidade,Mauricio Tolmasquim declarou que a Petrobras "está com pressa para retomar protagonismo na produção de etanol".
"A nossa ambição é grande. Estamos partindo para ser realmente um dos líderes na questão do etanol. Vamos fazer parcerias. Seria um caminho longo para percorrer se fôssemos partir do zero", disse o diretor. "A ideia é já começar grande. Isso pode ser implantado muito rapidamente", completou Tolmasquim.
O plano prevê US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12,5 bilhões) de investimentos na produção do combustível a partir do milho ou do bagaço da cana e a previsão é de que sejam produzidos 2 bilhões de litros de etanol por ano, com base em cálculos preliminares.
Na ocasião, a direção enfatizou que a busca por combustíveis limpos pela estatal, como é o caso do etanol, tem um interesse ambiental e empresarial por custos competitivos e projetos rentáveis:
"Não vamos destruir valor, vamos construir valor, mantendo foco em petróleo e gás", declarou.
Os investimentos estimados pelo novo plano de negócios para os próximos cinco anos é 9% a mais que do ano passado: US$ 111 bilhões (R$ 645 bilhões), sendo cerca de US$ 77 bilhões somente para petróleo e gás.
A parcela com foco na transição energética subiu 42%, de US$ 11,5 bilhões para US$ 16,3 bilhões, representando 15% dos investimentos da empresa para o período.
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Margem Equatorial

A produção de petróleo terá seu pico no fim desta década, comunicou a estatal, podendo atingir produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed), em 2029. Depois, a tendência é de queda.
Para compensar esse declínio, a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que ainda precisa de licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é uma das frentes da empresa que visa perfurar 51 poços entre 2025 e 2029.
Cerca de 31% da oferta primária de energia do Brasil vem da Petrobras e, para 2050, a empresa estima que a geração primária de toda energia do país deve crescer 60%. Ao mesmo tempo, a meta da estatal é alcançar compensar todo o carbono emitido durante a exploração e produção de petróleo até este mesmo ano.
Logo, os investimentos visam garantir que a empresa acompanhe a expansão da demanda brasileira com fontes renováveis, que devem representar entre 8% e 11% da energia gerada pela estatal.
Para a presidente da companhia, não há contradição entre exploração e produção de petróleo e a transição energética para economia de baixo carbono:
"É perfeitamente possível conciliar exploração, produção e refino [de petróleo] com liderança em transição energética. Nossa produção de energia vai crescer mais limpa, mantendo a relevância da Petrobras no país e mantendo a atenção que a sociedade brasileira merece".
O plano de negócios também prevê criação de 315 mil empregos diretos e indiretos em cinco anos.
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