Nos últimos dias, aliados do premiê Benjamin Netanyahu têm buscado retomar os esforços para reformar o Poder Judiciário do país, uma antiga iniciativa do líder israelense alvo de críticas extensas de juristas e analistas sobre o caráter antidemocrático das mudanças.
Na quinta-feira (21), Netanyahu se tornou o primeiro líder apoiado pelo Ocidente a enfrentar um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra relacionados à ofensiva de Israel em Gaza, uma posição que contradiz o sucesso das Forças de Defesa de Israel em todas as frentes de sua empreitada militar no Oriente Médio, segundo um artigo de opinião do Financial Times (FT).
Os protestos contra o governo Netanyahu devido a seu fracasso em garantir um acordo para libertar os reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza também parecem ter diminuído — quer por repressão ou cansaço — desde o início de sua controversa investida no Líbano.
Enquanto sua coalizão de governo ainda está atrás dos partidos de oposição nas pesquisas, o apoio ao partido Likud de Netanyahu tem apresentado uma leve recuperação de terreno perdido após o ataque de 7 de Outubro. Mas, apesar disso, o líder israelense ainda deve enfrentar seu julgamento de corrupção no início do mês que vem.
Mas os aliados de Netanyahu esperam que Trump continue fortemente pró-Israel depois que ele nomeou figuras como Pete Hegseth e Mike Huckabee, que já eram adorados pela direita israelense, para sua segunda administração. Além disso, o premiê tem utilizado as mesmas táticas de Trump contra seus críticos, aumentando o tom contra possíveis vozes de resistência, insinuando inclusive a existência de uma conspiração contra ele.
Ministros sêniores do governo, como o ministro da Segurança Nacional Itamar Ben-Gvir e o ministro das Finanças Bezalel Smotrich, pediram a Netanyahu que demitisse a procuradora-geral Gali Baharav-Miara, a principal autoridade jurídica do país que consistentemente decide contra o governo, considerando grandes partes de sua agenda ilegais ou inconstitucionais.
O gabinete de Netanyahu negou que ele pretenda demitir seus chefes de segurança, mas seus aliados mostraram vontade renovada de retomar sua tentativa de reformar o sistema legal de Israel, especialmente a Suprema Corte.