"Pura matemática", declarou o funcionário sob anonimato ao comentar a necessidade de diminuir a idade de recrutamento na Ucrânia para a partir dos 18 anos.
O representante da administração norte-americana também destacou que, na visão de Washington, as Forças Armadas da Ucrânia estão atualmente em grande desvantagem numérica no conflito em curso. Diante disso, os EUA consideram subestimada a avaliação das autoridades de Kiev, que indicaram a necessidade de recrutar mais 160 mil soldados.
Em abril, Vladimir Zelensky assinou uma lei que reduziu a idade mínima de mobilização na Ucrânia de 27 para 25 anos. Porém, em agosto, o Parlamento do país garantiu que não pretendia alterar o recrutamento.
Já em setembro, o deputado Aleksei Goncharenko, membro do Parlamento ucraniano (incluído pela Rússia na lista de terroristas e extremistas), afirmou que o comando militar de Kiev proibiu, por meio de uma diretiva, a mobilização de cidadãos com menos de 25 anos classificados anteriormente como "aptos com restrições".
Enquanto isso, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que os EUA forçarão a liderança ucraniana a reduzir a idade de mobilização para 18 anos.
Vídeos que circulam na Internet mostram ainda mobilizações coercitivas, nos quais representantes dos escritórios de recrutamento ucranianos, frequentemente usando violência, são vistos transportando homens em idade de recrutamento para vans com destino desconhecido.
A lei que reforça a mobilização na Ucrânia entrou em vigor em 18 de maio deste ano. O documento obriga todos os cidadãos sujeitos ao serviço militar a atualizar seus dados nos escritórios de recrutamento dentro de 60 dias a partir da data de entrada em vigor da lei. Isso pode ser feito presencialmente ou por meio de um "gabinete eletrônico do convocado".
O texto exige ainda que todos os cidadãos sujeitos ao serviço militar portem constantemente seu documento militar e o apresentem mediante solicitação de representantes dos escritórios de recrutamento ou da polícia. Os que se recusarem a cumprir podem perder o direito de dirigir.
O prazo para desmobilização não foi incluído na legislação, o que gerou indignação entre alguns deputados.