Nessa semana o Chade revogou os acordos de cooperação em defesa e segurança com a França, informou o Ministério das Relações Exteriores em declaração oficial.
"O governo da República do Chade informa a comunidade nacional e internacional sobre a rescisão do acordo de cooperação em defesa assinado em 5 de setembro de 2019 com a República Francesa", disse o chanceler Abderaman Koulamallah em um comunicado publicado nas redes sociais.
Questionado pela Sputnik sobre os motivos que levaram as autoridades a tomar essa decisão, Saleh Kebzabo se referiu em particular aos recentes confrontos das forças armadas do país com terroristas do Boko Haram na região do lago Chade. Segundo ele, o exército perdeu "muitos homens".
"Isso ocorreu em parte porque não tínhamos inteligência. E o que o Exército francês faz nesses casos? Ele tem todos os recursos e equipamentos para nos ajudar com vigilância aérea. Isso nos teria impedido de sofrer muitas perdas, mas não aconteceu", disse Kebzabo.
Assim, N'Djamena parece determinada a "garantir sua segurança sem passar por um terceiro país", disse o político, que chefiou o governo chadiano de outubro de 2022 a janeiro de 2024.
"A presença de tropas estrangeiras em um país independente não traz nenhum benefício."
O Chade era um dos últimos países do Sahel a contar com tropas francesas. Nos últimos meses, Mali, Burkina Faso e Níger revogaram seus acordos de defesa com Paris. Os três países criaram neste ano a Aliança dos Estados do Sahel, como meio de tomar o controle do combate ao terrorismo na região.
O anúncio ocorre também dias após o presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, afirmar que também estuda pedir a retirada dos militares franceses de seu país.