Durante o governo de Bashar al-Assad, as capacidades de defesa aérea sírias serviam como sistema de alerta precoce para o Irã e ajudavam a manter a força aérea israelense sob controle, explica. O colapso da República Árabe Síria privou o Irã desse ativo.
"Deve-se notar, no entanto, que a defesa aérea síria já foi enfraquecida pelos ataques israelenses. Muitas estações de radar e sistemas de defesa aérea foram destruídos nos últimos anos", observa Lyamin, apontando que as defesas sírias não impediram o ataque israelense contra o Irã em 26 de outubro.
Segundo Lyamin, os ataques israelenses à infraestrutura militar síria têm como objetivo simplesmente enfraquecer a Síria, garantindo que esta permaneça fraca, independentemente de quem acabe assumindo o poder no país.
Com o Exército sírio praticamente extinto e outros grupos armados no país sem defesas aéreas adequadas, as aeronaves israelenses agora podem atacar qualquer alvo na Síria com impunidade, observa.
Lyamin também alerta que os relatos sobre o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, supostamente considerando ataques contra o Irã para evitar que este desenvolva armas nucleares, podem não ser apenas uma tentativa de pressionar Teerã.
Alguns dos principais sítios nucleares do Irã estão escondidos tão profundamente no subsolo que só poderiam ser destruídos pelas "bombas mais poderosas", que apenas os bombardeiros estratégicos dos EUA podem carregar.
Situação atual da Síria
A oposição armada síria capturou a capital Damasco no último domingo (8). Autoridades russas disseram que o presidente sírio, Bashar al-Assad, renunciou após manter negociações com participantes do conflito sírio e deixou a Síria para ir à Rússia, onde recebeu asilo.
Mohammed al-Bashir — que comandou uma administração baseada em Idlib, formada pelo grupo sunita salafista Hay'at Tahrir al-Sham (Comitê da Libertação do Levante, em tradução livre) e outros grupos de oposição — foi nomeado primeiro-ministro interino na terça-feira (10).