A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e associados (OPEP+) é responsável por cerca da metade do petróleo do mundo e desde o início de dezembro tem adiado um plano para a retomada de ampliação da produção para depois do primeiro trimestre de 2025 em função da baixa demanda pelo combustível fóssil.
De acordo com a Reuters, alguns delegados estão mais otimistas agora em relação ao petróleo dos EUA e dizem que a razão por trás disso é Trump, entretanto, outras vozes — que já subestimaram a produção norte-americana após o boom do petróleo de xisto antes — temem o impacto que essa produção pode ter junto à organização, "o que não é bom pra nós", afirmou um delegado à apuração sob condição de anonimato.
Neste momento, o maior desafio da organização está em manter os cortes na produção, uma vez que a demanda está baixa e é justamente na relação entre oferta e demanda que está o poder de controlar os preços de mercado.
Tudo isso pode mudar se a Rússia, um dos maiores produtores do mundo, ou os EUA resolverem unilateralmente reduzir os cortes colocando mais petróleo no mercado, provocando uma desvalorização imediata dos preços.
Em mais de uma ocasião, Trump afirmou que investiria em ampliar a produção, justamente para cumprir promessas de campanha relacionadas aos preços de energia e combustíveis que atingiram os bolsos dos consumidores norte-americanos que pela primeira vez experimentaram impactos significativos da inflação no consumo das famílias.
A complicada dinâmica deve trazer dificuldades para 2025, uma vez que não apenas os preços do petróleo estão ameaçados pela gestão do próximo presidente dos EUA, mas a influência do grupo como um todo, tornando-se necessário encontrar um meio termo em que possa negociar seus interesses.