"Gostaria de expressar a esperança de que não chegue a um confronto aberto entre a OTAN e a Rússia", disse o presidente azerbaijano em entrevista ao diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev.
Segundo Aliev, "todos entendem as consequências desastrosas disso para o mundo inteiro, para todos os países e, claro, para aqueles que fazem fronteira com a região".
Ele observou que espera que a mudança de administração nos EUA também seja uma mudança das diretrizes da política externa. De acordo com Aliev, essa esperança é possível graças à experiência da presidência de Trump no primeiro mandato e às declarações feitas por ele e sua equipe durante e após a campanha eleitoral.
"Por isso, imaginar um cenário em que a OTAN e a Rússia estariam envolvidas em uma guerra quente é como imaginar um apocalipse mundial. Portanto, é claro que não haverá vencedores nesta guerra, e nenhum país, mesmo longe da região da OTAN ou do território da Rússia, se sentirá seguro", observou o líder azerbaijano.
Aliev frisou que haverá sabedoria política suficiente na Rússia e nos EUA para evitar que o cenário de guerra da Rússia com a OTAN seja realizado.
"Acho que há sabedoria política suficiente em Washington, e em Moscou, bem como em outras capitais para garantir que um cenário de pesadelo [confronto militar entre a Rússia e a OTAN] não se materialize."
Aliev disse também que na fronteira entre Azerbaijão e Armênia sob o disfarce de observadores da União Europeia (UE) foi estabelecida uma infraestrutura da OTAN.
"Sob o disfarce de observadores europeus na fronteira conosco, do lado da Armênia, foi criada uma infraestrutura da OTAN", disse o presidente azerbaijano.
O acordo foi que um contingente limitado de representantes europeus seria implantado por dois meses. Depois a missão foi estendida sem o nosso consentimento, disse Aliev.
"E o argumento era: 'para que coordenar com vocês, isso é uma missão no território da Armênia?' Nosso argumento foi: 'por que vocês coordenaram quando nós estávamos fazendo acordo?' Assim não dá", sublinhou ele.
Em relação à administração do atual presidente dos EUA Joe Biden, ela entrará para a história como impertinente em ajudar, mas não onde é preciso.
"A administração Biden entre outras coisas, como vai entrar na história? Muitas coisas, mas entre elas, é a impertinência. 'Queremos ajudar vocês – nós dizemos: 'obrigado, não precisamos – 'não, mas nós queremos'. Eles têm uma estrutura USAID que quer ajudar. Mas de alguma forma ajudar onde a gente não precisa", disse Aliev.