O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ainda não assumiu o cargo, mas já está dando algumas cartas, abordando o governo Biden sobre o enorme acordo de financiamento do governo. Sobre o que eles estão discutindo?
Na terça-feira (17), os líderes do Congresso apresentaram um projeto de lei de financiamento de curto prazo com o objetivo de manter o governo federal operacional até 14 de março. Essa medida provisória foi anunciada poucos dias antes do prazo final de 20 de dezembro para evitar uma paralisação do governo.
O que levou ao colapso do plano de financiamento do governo?
Os republicanos se opõem ao aumento de gastos proposto no projeto de lei de 1.547 páginas, que inclui alocações de US$ 100,4 bilhões (cerca de R$ 634,1 bilhões) para assistência a desastres, US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 63,1 bilhões) em assistência econômica para fazendeiros e várias outras disposições.
Trump colocou o teto da dívida na vanguarda das discussões que visam manter o governo operacional.
Ele está pedindo aos legisladores que incorporem um aumento no teto da dívida no pacote orçamentário, o que permitiria ao Departamento do Tesouro emitir novas dívidas para cumprir as obrigações existentes. Os republicanos foram encorajados a aprovar um projeto de lei de financiamento provisório "limpo" emparelhado com um aumento no teto da dívida antes que Trump tome posse em 20 de janeiro.
Elon Musk, escolhido para chefiar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), alertou no X que "qualquer membro da Câmara ou do Senado que votar neste projeto de lei de gastos ultrajante merece ser eliminado em dois anos!".
O governo de saída de Biden respondeu detonando Trump e os republicanos por "fazerem política com este acordo bipartidário". Isso "prejudicaria os norte-americanos trabalhadores e criaria instabilidade em todo o país", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. Trump e Vance permanecem inflexíveis, gracejando que aumentar o teto da dívida "não é ótimo, mas preferimos fazê-lo sob a supervisão de Biden".