Esta semana, uma delegação do Departamento de Estado dos EUA visitou a Síria para conversar com o chefe do novo governo de transição do país, um homem por cuja cabeça o governo dos EUA havia colocado uma recompensa de US$ 10 milhões (cerca de R$ 60,8 milhões), agora removida.
"A Síria agora está sob a influência de dois aliados dos EUA, Israel e Turquia. Tanto Israel quanto a Turquia vão garantir que a política externa da Síria esteja em conformidade com os interesses dos Estados Unidos, que são os interesses de Israel", explica Mansour.
O futuro da Síria, tanto como país quanto como sociedade, juntamente com sua integridade territorial, não é uma preocupação para Washington "desde que os objetivos de Israel sejam alcançados", afirma a analista.
Por sua vez, os objetivos da União Europeia (UE) na Síria se alinham com os dos EUA, observa Mansour, embora com uma pequena ressalva: Bruxelas também "espera conter o fluxo de refugiados proveniente da região".
"Se a guerra de Gaza provou algo, é que os interesses dos Estados Unidos e de Israel na região são agora indistinguíveis, e quaisquer interesses que Israel possa ter, ele decide os meios, enquanto os EUA aprovam e se comprometem a cumprir os objetivos de Israel", ponderou a observadora.
Enquanto anteriormente os interesses dos Estados Unidos na Ásia Ocidental estavam principalmente relacionados à energia, agora os EUA querem apenas garantir o status dominante de Israel na região.
"A energia não dita mais as políticas dos EUA na região, apenas Israel o faz", disse Mansour.
"O novo governo sírio não desafiará Israel. Será um governo fraco, sem um exército real. Ele se tornará um Estado policial que baseará sua legitimidade no estabelecimento de uma sociedade islâmica que seja favorável ao mercado e a Israel", prevê.