Panorama internacional

Caso do Panamá revela que EUA devem deixar de pensar que América Latina é seu quintal, diz mídia

A questão do pertencimento do canal do Panamá levantada pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prova que Washigton ainda não deixou completamente de pensar que a América Latina é seu "quintal", opina o jornal Global Times.
Sputnik
Em 22 de dezembro, Trump disse que exigirá o rápido retorno do canal do Panamá à propriedade estadunidense devido às altas tarifas sobre a passagem por ele.
O político enfatizou que o canal é fundamental para o comércio dos EUA, bem como para a implantação operacional da Marinha dos EUA nos oceanos Atlântico e Pacífico.
O presidente panamenho José Raúl Mulino respondeu, por sua vez, que a soberania de seu país não pode estar em debate e que o canal do Panamá pertence totalmente ao Panamá, de acordo com um tratado de 1977.
O Panamá foi apoiado por muitos Estados latino-americanos que manifestaram seu descontentamento com tais declarações do próximo presidente dos EUA.
Segundo o especialista para a região latino-americana da Universidade de Ciência Política da China, Pan Deng, a vitória na luta pelo canal está inextricavelmente ligada com a soberania e o sentimento nacional do povo panamenho.
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Enquanto isso, a acusação de Trump de que os navios estadunidenses pagam "preços exorbitantes" parece mais uma desculpa.

"Por trás dessa retórica está o desejo mais profundo dos EUA de controlar rotas marítimas globais cruciais, pontos de estrangulamento e cadeias de suprimentos", nota o artigo.

De acordo com o Global Times, os países da América Latina entendem há muito tempo que os Estados Unidos os veem apenas como "vassalos e fornecedores de recursos".
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Ao mesmo tempo, Washington, acha o autor, descarta os interesses dos próprios soberanos e independentes países latino-americanos, lamentando ultimamente o declínio de sua influência.

"A causa principal está em sua arrogância, que vê a região como seu 'quintal' e negligencia as necessidades de desenvolvimento dos países da região por muito tempo", opina o jornal.

O autor do artigo clama por respeito à soberania, independência e desenvolvimento dos países da América Latina na terceira década do século XXI.
Ele apela contra a "imersão" dos EUA em sua nostalgia da antiga influência na região.

"A América Latina não é território ou quintal dos EUA, nem é a 'América Latina' dos EUA", conclui.

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