"Não podemos nos contentar com conversa vazia. Até agora, tudo o que ouvimos são conversas sobre a necessidade de inventar algum tipo de trégua [...]. Trégua é um caminho para lugar nenhum, precisamos de acordos legais finais que fixarão todas as condições de garantir a segurança da Federação da Rússia e os legítimos interesses de segurança dos nossos vizinhos, mas em um contexto que firmará com a legalidade internacional a impossibilidade que esses acordos sejam violados", disse o chanceler russo.
Segundo ele, ninguém esconde que a trégua é necessária para ganhar tempo para encher Kiev de armas.
Rússia está pronta para consultas com o governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre a questão de um acordo na Ucrânia, e Moscou espera que a Casa Branca compreenda as causas profundas do conflito, frisou o chefe da diplomacia russa.
"Espero muito que a administração do senhor Trump, incluindo o senhor [futuro enviado especial dos EUA para a Ucrânia Keith] Kellogg, se aprofunde nas causas enraizadas do conflito. Estamos sempre prontos para consultas", ressaltou Lavrov.
Ele também disse que a Rússia está aberta ao diálogo com os representantes dos países ocidentais, pronta para um diálogo igualitário e em busca de equilíbrio.
"Estamos prontos, repetidamente temos declarado isso, para conversar com todos os representantes ocidentais que estão dispostos a ter um diálogo igualitário, buscar um equilíbrio de interesses e acordos mutuamente benéficos", observou Lavrov durante a entrevista.
Ele também observou que esses representantes ocidentais são Hungria e Eslováquia.
"Outros membros da UE também começam a solicitar pouco a pouco algumas conversas confidenciais, mas em aberto muito poucos decidem, assumindo uma disciplina rigorosa na UE", acrescentou.
Lavrov também revelou que França várias vezes propôs à Rússia em canais fechados abrir um diálogo sobre a Ucrânia sem a participação de Kiev.