Há uma série de tratados entre Moscou e Washington que limitam mutuamente as armas estratégicas de ambos os países, assinados desde os tempos da União Soviética.
O último, chamado o Tratado de Redução de Armas Estratégicas Rússia-EUA (Novo START), foi assinado pelos então presidentes dos EUA e da Rússia, Barack Obama e Dmitry Medvedev, em 2010.
O tratado expira em 2026, porém, devido às sanções ocidentais contra a Rússia, o presidente russo Vladimir Putin declarou a suspensão do Novo START em 2023.
Em uma entrevista exclusiva à Sputnik, o chanceler russo disse que os fundamentos da estabilidade estratégica foram prejudicados pela política destrutiva dos EUA.
"As condições para um diálogo estratégico com Washington não existem no momento. Enquanto os americanos não abandonarem a sua atual política antirrussa, não realizaremos nenhuma negociação de controle de armas com eles", afirmou.
No entanto, a Rússia continua mantendo "um nível aceitável de previsibilidade" no que diz respeito a mísseis nucleares "de forma voluntária".
Além disso, uma moratória unilateral da Rússia sobre a implantação de mísseis terrestres de alcance intermediário e mais curto continua em vigor.
Porém, essa moratória já é "praticamente inviável", disse Lavrov, e Moscou vai ter que renunciar a ela.
"Não vale a pena tentar adivinhar o que acontecerá depois de fevereiro de 2026, quando o Novo START deixar de existir", concluiu.
Quando perguntado sobre uma entrega recente de caças F-16 pela Dinamarca à Ucrânia, o ministro reiterou a tese que todas as armas fornecidas pelos países ocidentais a Kiev são alvos legítimos e vão ser destruídas.
"A Dinamarca, seus patronos e aliados estão provocando uma escalada do conflito, forçando a Rússia a tomar medidas adequadas para garantir a segurança do país, inclusive medidas de caráter técnico-militar", ressaltou.
Lavrov lembrou também que Copenhague está entre os maiores doadores de armas para Kiev e participa do treinamento de militantes ucranianos e do fornecimento de mercenários para a zona de combate.
Além disso, o país financia a produção de equipamentos militares em empresas do complexo militar-industrial ucraniano com os fundos provenientes de ativos russos congelados.