Desde o início das negociações nas bolsas de futuro, os preços aumentaram cerca de 4%. Considerado referência europeia, o contrato holandês TTF (Title Transfer Facility, no original) de gás natural atingiu 50 euros (R$ 321) por megawatt-hora.
O atual acordo de trânsito de gás russo pela Ucrânia permite o transporte de 40 bilhões de metros cúbicos anuais. O contrato, contudo, expira em 1º de janeiro.
A Ucrânia tem permitido — e também lucrado — das exportações de gás russo para a Europa, que atravessa seu território por conta de um acordo de cinco anos assinado em 2019. Mas descartou estender o contrato.
Segundo o operador do sistema de transmissão de gás ucraniano, Gas Transmission System Operator of Ukraine LLC (OGTSU), os fornecimentos terminarão às 8h (horário de Moscou; 2h, no horário de Brasília), de quarta-feira (1º). O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que nenhum novo acordo seria assinado antes do ano novo.
A Ucrânia declarou, no entanto, que está aberta a retomar o trânsito a pedido da Comissão Europeia, desde que seja gás não russo. Putin sugeriu contratos com fornecedores terceirizados, incluindo empresas turcas, húngaras, eslovacas ou azeris.
Frente ao ano passado, quando o preço também chegou a altos níveis, os países da União Europeia têm, em média, menos recursos estocados. No ano passado, suas instalações de armazenamento estavam 86% cheias. Neste ano estão apenas 73% cheias, segundo a plataforma de transparência Aggregated Gas Storage Inventory (AGSI).