"Queridos equatorianos, dirijo-me a vocês para anunciar que no dia 5 de janeiro de 2025 assumirei a presidência Constitucional da República do Equador por mandato expresso na lei, como função própria e constitucional. Devo atender essa responsabilidade enquanto o senhor presidente Daniel Noboa participa como candidato presidencial na campanha eleitoral, cuja candidatura é firme e irrenunciável", disse Abad em um vídeo divulgado em sua rede social X.
Noboa vai tentar a reeleição para o período de 2025-2029, pelo movimento Ação Democrática Nacional (ADN, centro-direita). A lei equatoriana determina que dignatários e parlamentares que aspiram ao mesmo cargo devem solicitar licença sem remuneração.
Entretanto, o presidente e membros da bancada legislativa governista consideram que a norma não se aplica, já que chegaram aos seus cargos por meio de uma eleição extraordinária.
Abad prometeu que seu mandato será de paz, serenidade e absoluto respeito à institucionalidade democrática, aos direitos, liberdades e garantias constitucionais.
"Não haverá ataques à honra e dignidade dos cidadãos, não haverá perseguição por pensar de forma diferente. Nem aumento de impostos, nem de preços de combustíveis. Não serão permitidos esquemas nem o mau uso dos recursos públicos", assegurou. "Peço confiança e tranquilidade, minha gestão será totalmente responsável e imparcial. Às Forças Armadas, é sua obrigação constitucional e inegociável a proteção dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos".
Ontem (3), Abad afirmou que Noboa estava preparando um "golpe de Estado" para o dia 5 de janeiro, data em que se espera que ele solicite licença para participar da campanha eleitoral.
No dia 23 de dezembro passado, Noboa assinou um novo decreto presidencial para designar a vice-presidente como colaboradora para as relações comerciais do Equador com a Turquia, estabelecendo que ela deveria se deslocar a Ancara até o dia 27 de dezembro.
Abad havia informado que tiraria férias até o dia 3 de janeiro e, posteriormente, cumpriria sua missão dentro de um prazo de 30 dias, conforme a legislação vigente. Nesse interim, o presidente designou, por meio de outro decreto, a secretária de Planejamento, Sariha Moya, como a nova vice-presidente do Equador.
De acordo com Noboa, Abad tem como objetivo afastá-lo da campanha eleitoral. Ele afirmou ainda que a oposição está tentando organizar um golpe de Estado contra ele.