Hoje em dia, a criação de uma estrutura jurídica comum em IA no quadro do BRICS é uma tarefa que exige uma análise profunda, disse Babakov à Sputnik.
Ele enfatizou que o desenvolvimento da IA traz tanto grandes oportunidades quanto riscos significativos.
A IA mais famosa do mundo, o ChatGPT, é um excelente exemplo de um sistema desenvolvido e formado de acordo com as normas e leis dos Estados Unidos.
Esse fato, argumenta ele, abre questões importantes sobre a objetividade dos dados e as bases ideológicas usadas para treinar esses modelos.
"Portanto, os membros do BRICS precisam criar sua própria plataforma soberana e bancos de dados para treinamento de IA que levem em conta as peculiaridades culturais, históricas e políticas de nossos países, e nós temos essa oportunidade", disse Babakov.
O vice-presidente da Duma russa citou desenvolvimentos de especialistas russos nesse campo que poderiam ser adotados para resolver tarefas de planejamento estatal em larga escala e modelar várias opções de desenvolvimento futuro em prol dos interesses dos países do BRICS.
Ele acrescentou que é preciso introduzir mecanismos comuns de certificação e padronização de sistemas de IA e aumentar a colaboração internacional no uso ético da IA.
"É hora de direcionar o futuro da inteligência artificial para o benefício de nossos países e povos. Precisamos unir forças e criar um sistema que reflita nossos valores, história e perspectivas. Essa não é uma tarefa para um dia, mas nosso trabalho conjunto possibilitará o sucesso", concluiu Babakov.
Em 11 de dezembro de 2024, o chefe do Fundo Russo de Investimentos Diretos, Kirill Dmitriev, anunciou uma Aliança do BRICS para o Desenvolvimento da Inteligência Artificial (Aliança BRICS+AI), na conferência anual AI Journey.
Na primeira etapa, mais de 20 empresas de seis países da associação – Rússia, Brasil, Índia, China, Irã e Emirados Árabes Unidos – aderiram ao projeto.