Panorama internacional

Presidente da Polônia aconselha Zelensky a ser 'mais cauteloso em suas declarações' após polêmica

O líder polonês, Andrzej Duda, sugeriu nesta quinta-feira (16) que Vladimir Zelensky seja mais cauteloso nas declarações direcionadas a um candidato à presidência da Polônia. A declaração ocorreu após um embate na mídia entre um político local e o ucraniano, que visitou o país.
Sputnik
A polêmica ocorreu após o candidato da oposição à presidência da Polônia Karol Nawrocki afirmar que não vê a Ucrânia como parte da União Europeia e também da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O historiador e político explicou ainda que a posição está relacionada à necessidade de resolver a questão da exumação das vítimas do genocídio de Volyn. Em resposta, Zelensky, que estava em visita a Varsóvia na quarta (15), sugeriu que Nawrocki "se preparasse para defender a Polônia com armas nas mãos".
Já o presidente polonês destacou, em entrevista à mídia local, que as negociações sobre a exumação das vítimas do massacre de Volyn "devem ser conduzidas com calma".

"Todos sabemos que essa é uma questão muito complexa. O ambiente político ucraniano simplesmente teme esse assunto", acrescentou.

Andrzej Duda também comentou que não entende por que Zelensky escolheu "fazer declarações tão contundentes" à mídia polonesa. "Se estivesse no lugar de Vladimir Zelensky, seria mais cauteloso", concluiu Duda.
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O que foi o genocídio de Volyn?

O massacre de Volyn, assim como a posição em relação aos líderes nacionalistas ucranianos da época da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN, na sigla em ucraniano) e do Exército Insurreto Ucraniano (UPA, na sigla em ucraniano) — organizações proibidas na Rússia —, continua sendo um dos temas mais delicados nas relações entre Polônia e Ucrânia.
Em 2016, o Parlamento polonês instituiu o 11 de julho como o Dia Nacional da Memória das Vítimas do Genocídio, realizado por nacionalistas ucranianos contra os habitantes da Segunda República Polonesa entre 1943 e 1945. De acordo com a narrativa de Varsóvia, os assassinatos em massa foram cometidos de 1939 a 1945 por partidários da OUN-UPA contra a população polonesa de Volyn e da Galícia Oriental.
No ano seguinte, a Ucrânia impôs uma moratória às buscas e exumações relacionadas ao massacre de Volyn, em resposta à demolição de um monumento do UPA na cidade polonesa de Hruszowice. Em junho de 2023, Anton Drobovych, chefe do Instituto da Memória Nacional da Ucrânia, afirmou que Kiev não permitiria a exumação das vítimas do massacre enquanto o monumento não fosse restaurado.
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