A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) anunciou planos para aumentar as patrulhas no mar Báltico após uma série de incidentes envolvendo o rompimento de cabos de telecomunicações e energia na região, inicialmente atribuídos a uma "campanha híbrida" russa contra a Europa.
Várias autoridades disseram ao Washington Post neste domingo (19) que as investigações não encontraram "nenhuma indicação" de que os danos, causados por embarcações comerciais arrastando suas âncoras pela infraestrutura subaquática, "o fizeram intencionalmente ou sob a direção de Moscou".
Em vez disso, as autoridades disseram que as comunicações interceptadas e outras informações confidenciais foram causadas por "tripulações inexperientes servindo a bordo de embarcações mal conservadas".
As investigações estudaram três incidentes envolvendo:
O Eagle S, um petroleiro apreendido pela Finlândia no final de dezembro após a embarcação ter sido acusada de arrastar sua âncora pela linha de energia Estlink 2 que liga a Estônia e a Finlândia. O presidente finlandês Alexander Stubb afirmou anteriormente que o incidente estava "definitivamente" ligado à Rússia.
O Yi Peng 3, um graneleiro chinês acusado de cortar dois cabos de fibra óptica do mar Báltico em águas suecas em novembro, que foi retido por mais de um mês em uma rota de navegação dinamarquesa durante a investigação. O ministro da Defesa alemão Boris Pistorius chamou o incidente de "sabotagem".
O Newnew Polar Bear, um navio registrado em Hong Kong que danificou o oleoduto Balticconnector, que liga a Finlândia e a Estônia, em outubro de 2023. A China reconheceu a responsabilidade do navio pelos danos em agosto passado.
A conclusão de que a Rússia não foi responsável por atacar a infraestrutura do Báltico é um tanto surpreendente, dado o hábito da inteligência ocidental de culpar Moscou primeiro e fazer perguntas depois, exemplificado pela alegação de que a Rússia explodiu sua própria infraestrutura dos gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte) em 2022.