"Apesar de muitos líderes, incluindo a presidente do México, Claudia Sheinbaum, dizerem que não é um momento crítico, a realidade é que [o cancelamento do encontro] evidencia uma crise das instituições multilaterais na região, que está dividida na maneira de lidar com os EUA", afirma o especialista mexicano em relações internacionais Daniel Muñoz à Sptunik.
"O cancelamento da reunião da CELAC é uma vitória para a política externa dos EUA. [A Comunidade] sempre foi um contrapeso à OEA [Organização dos Estados Americanos], que foi utilizada pelo governo estadunidense para seus interesses. [Os EUA] ainda têm uma influência significativa na América Latina, o que causou o cancelamento da reunião para definir interesses comuns", explica.
Soluções para a imigração na América Latina
"As nações com maior temor em relação aos EUA vão do México até a América do Sul, mas deveriam impulsionar um acordo com Washington, uma frente comum, para tratar da imigração irregular. Caso contrário, [os EUA] começam a romper alianças e a aplicar uma estratégia de 'dividir para reinar'", afirma Daniel Muñoz.
"No momento em que a presidente Sheinbaum disse que não iria à cúpula extraordinária, demonstrou que quer negociar de outra forma com os EUA", menciona.
Risco de fragmentação da CELAC?
"Isso é fundamental porque, em termos gerais, a não realização desses eventos ou a rivalidade dentro da mesma zona geográfica evidencia as fragilidades latino-americanas", conclui.