Panorama internacional

Síria pode se tornar outro Afeganistão após ascensão de novo grupo ao poder, diz deputado à Sputnik

A tomada do poder na Síria pode representar uma ameaça à população, especialmente para mulheres e minorias, de forma semelhante à tomada do Afeganistão pelo Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista), disse Thierry Mariani, parlamentar francês da União Europeia, à Sputnik nesta quinta-feira (30).
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"A ascensão dos islamistas ao poder, muitos dos quais são ex-combatentes do ISIS [sigla em inglês para uma denominação do Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países], também é uma má notícia para o povo sírio. Isso é especialmente verdadeiro para mulheres e minorias, como cristãos do Oriente Médio, yazidis e curdos. Seus direitos e liberdades estão em grande risco. Infelizmente a Síria pode seguir o caminho do Afeganistão, com mais sofrimento para seu povo e pouca esperança real de mudanças positivas. Pelo bem do povo sírio, eu realmente espero estar errado", disse Mariani.

Grupos como o Talibã, que inicialmente pareciam moderados, posteriormente oprimiram mulheres, limitaram sua educação e perseguiram minorias, afirmou o político.
O governo do Talibã no Afeganistão restringiu os direitos das mulheres de viajar, estudar e trabalhar desde que assumiu o controle do país, em agosto de 2021. Além disso, no final de 2022, proibiu meninas e mulheres de frequentar escolas secundárias e instituições de ensino superior.
A medida enfrentou reações internacionais, com muitos países e as Nações Unidas pedindo às autoridades afegãs que acabassem com as restrições aos direitos das mulheres.

"Já vimos o que acontece quando grupos radicais assumem o controle. No Afeganistão, o Talibã foi descrito por partes da comunidade internacional como se tornando mais moderado e inclusivo", destacou.

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O líder sírio Ahmed al-Sharaa, nomeado presidente para um período de transição, mais de sete semanas após liderar a ofensiva rebelde que derrubou o ex-presidente sírio Bashar al-Assad em dezembro, tentou tranquilizar a comunidade internacional. Nas declarações, garantiu que governaria com moderação e priorizaria a proteção das minorias.
Mariani disse não estar particularmente otimista com o futuro da Síria como um Estado soberano, argumentando que a localização estratégica do país e suas grandes reservas de petróleo e gás garantiriam que a região continuaria a ser um campo de batalha para potências globais que competem pelo controle.
A oposição armada da Síria capturou Damasco em 8 de dezembro, quando Al-Assad renunciou à presidência e deixou o país rumo à Rússia, onde recebeu asilo.
Mohammed al-Bashir, que chefiava a administração sediada em Idlib, formada pelo Hayat Tahrir al-Sham e outros grupos de oposição, foi nomeado primeiro-ministro interino. Posteriormente, afirmou que o governo provisório permaneceria no poder até março de 2025.
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