"O aumento da base aliada, o que tem por missão essa reforma ministerial que se avizinha, é para dar estabilidade ao processo decisório do governo. O governo para governar precisa da anuência do parlamento, então para isso ele precisa formar uma coalizão. O governo Lula nesses dois primeiros anos já viu que o que ele tinha no Lula 1 e Lula 2 não tem mais, é cada vez mais caro o pedágio de negociação com o Legislativo para aprovação das propostas do governo", comenta.
Trump pode inflamar direita brasileira
"A vitória do Trump tende a estimular a oposição de extrema-direita contra o governo, uma oposição que tem sido forte nos últimos anos. Para se proteger contra essa oposição, o governo precisa melhorar o desempenho governamental, e é em função disso que se discute a possibilidade de ocorrer uma reforma ministerial", diz Ianoni.
"É perceptível o silêncio da gestão Lula logo após a vitória de Trump, porque justamente ele não quer polemizar. Quem vai querer polemizar? A oposição. Então, sim, eles vão usar de todas as ferramentas e instrumentos possíveis, seja no Legislativo, seja no Judiciário, seja provocando autoridades governamentais no Executivo para que aqui e ali ocorra algum tipo de lance diplomático que comprometa a relação Brasil-Estados Unidos, provocando o governo brasileiro ou colocando o governo brasileiro em uma saia justa", analisa.
"Se você adotar, por exemplo, essa política de tarifas mais radical, isso vai ter consequências para a economia brasileira. Então vai ser necessário algum tipo de acordo", pontua.