Ao lado do prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e de outras autoridades federais e municipais, o presidente da República notou a ausência de Cláudio Castro (PL), governador do estado, no evento.
"O governador foi convidado e não veio", disse Lula. "Eu não quero saber de que partido é o governador, de que religião ele é, qual time que ele torce […]. Ele foi convidado pra vir aqui, e eu convido todos os governadores, até aqueles que de forma irresponsável, de vez em quando, fazem crítica ao meu governo."
"E ele poderia ter vindo aqui e fazer um discurso pra vocês pra dizer como é que o estado vai cuidar da questão da saúde."
Através do Sistema Único de Saúde (SUS), a saúde pública no país é oferecida sob diferentes responsabilidades pelas três esferas governamentais: federal, estadual e municipal.
O presidente também aproveitou a oportunidade para sinalizar seu incômodo com o uso eleitoreiro de obras públicas. "A gente não pode permitir que político, seja deputado, seja vereador, seja senador, mande nos hospitais."
"Quem tem que mandar nos hospitais são especialistas da saúde. Isto aqui não é comitê eleitoral de ninguém. Quem quiser voto vá para a rua pedir."
Melhorias vão continuar
A reabertura da emergência 24 horas do hospital federal de Bonsucesso faz parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro. Ao todo, serão investidos R$ 263,7 milhões — R$ 45,5 milhões em 2024 e R$ 218,29 milhões em 2025 — na unidade, que estava fechada desde o incêndio de 2020.
A cerimônia marcou também a entrega de reformas nos hospitais federais do Andaraí e Cardoso Fontes, que tiveram na segunda-feira (3) seus prontos-socorros reabertos. Segundo o presidente, todas as seis unidades federais da cidade serão reformadas. Das três restantes, apenas o hospital federal dos Servidores do Estado iniciou o processo.
Tanto o hospital federal do Andaraí quanto o Cardoso Fontes tiveram sua administração municipalizada no último mês. A troca levantou preocupação por parte dos servidores, que temem que a prefeitura siga a tendência de entregar a gestão das unidades para Organizações Sociais de Saúde (OSS), assim como tem feito com suas demais instalações de saúde.