"Senhora Diana Atamaint, Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e senhores das FFAA, isso é gravíssimo, ilegal e inconstitucional. Faremos os pedidos de informação correspondentes e esperamos uma resposta urgente. Não permitiremos que roubem nossa democracia. Todos, fiquem em pé de luta", escreveu González na rede social X.
A denúncia ocorre poucas horas antes das eleições gerais ordinárias previstas no país sul-americano, onde o presidente Daniel Noboa tenta a reeleição para o período 2025-2029, em meio a questionamentos por não cumprir as normas eleitorais e constitucionais vigentes para fazer campanha eleitoral.
A candidata fez referência a um documento que supostamente contém instruções aos militares para que enviem, por meio de um aplicativo, fotografias digitais das atas escaneadas durante as eleições, com o suposto objetivo de realizar uma contagem por conta própria.
Mais de 13 milhões de equatorianos estão convocados a escolher nas urnas quem vai liderar o país de 2025 a 2029, assim como os 151 integrantes da Assembleia Nacional (parlamento unicameral) e os cinco representantes do Parlamento Andino.
De acordo com as pesquisas prévias sobre a intenção de voto, González e Noboa são os favoritos para vencer essas eleições entre os 16 candidatos à presidência.
Na semana passada, o secretário-geral do movimento Revolução Cidadã, Andrés Arauz, revelou que foram recebidos "alertas graves" sobre tentativas de manipulação do processo eleitoral, razão pela qual foi solicitada uma auditoria preventiva de informática e de processos a todos os observadores internacionais para garantir a digitalização, transmissão e digitação das atas.
"Estamos solicitando uma auditoria preventiva de informática e de processos aos observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americanos), União Europeia (UE), Copppal (Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina) e outros, para garantir o processo de digitalização, transmissão e, principalmente, digitação das atas", afirmou o líder político.
Ele afirmou que, para este ano, foi feita uma mudança no processo eleitoral que o torna mais vulnerável à manipulação, ao permitir que os digitadores (quase todos do partido governista ADN) visualizem a matriz completa, em vez de apenas as células com números.
O ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) também alertou no fim de semana sobre uma suposta manipulação contra a RC por meio de inteligência artificial.
Ao encerrar sua campanha eleitoral, Noboa pediu a apoiadores que cuidassem dos votos nas urnas para evitar fraudes, em meio a questionamentos sobre uma possível manipulação do processo eleitoral a seu favor.
Para ser eleito presidente no Equador, um candidato precisa obter mais de 50% dos votos válidos ou 40% com uma vantagem de pelo menos dez pontos sobre o segundo colocado. Caso seja necessário um segundo turno, o processo será realizado em 13 de abril.
No Equador, o voto é obrigatório para pessoas entre 18 e 65 anos, e a abstenção implica uma multa de US$ 47 (R$ 273), correspondente a 10% do salário médio.
O próximo presidente do Equador tomará posse em 24 de maio para um mandato de quatro anos.