O jornal indica que, já em 2023, a América do Sul exportou US$ 91,2 bilhões (R$ 525,3 bilhões) para os Estados Unidos, enquanto para a China – US$ 181 bilhões (R$ 1,04 trilhão).
O artigo observa que Washington era o principal parceiro comercial para quase todos os países há 20 anos, mas agora é só para o Equador e a Colômbia.
Com o presidente da última, Gustavo Petro, Trump teve recentemente uma troca de comentários desagradáveis, sobre as condições de deportação de migrantes e ameaças de tarifas.
A diplomacia chinesa não se atrasou em se aproveitar dessa situação, com o embaixador em Bogotá dizendo que a China e a Colômbia "estão no melhor momento de suas relações diplomáticas".
Apesar disso, a administração Trump continua a usar as tarifas para alcançar seus objetivos.
Assim, em 10 de fevereiro, a Casa Branca anunciou tarifas de 25% para todo aço e alumínio provenientes do exterior, com o Brasil sendo o segundo maior fornecedor de aço para os EUA.
"As medidas protecionistas de Trump – e a suspensão de quase toda a ajuda externa dos EUA – podem aproximar ainda mais os países sul-americanos da China", diz o jornal citando opiniões de analistas.
A independência econômica da América do Sul também é alimentada pelo projeto de um megaporto Chancay no Peru.
Embora as autoridades norte-americanas já tenham ameaçado impor tarifas altas contra os países que vão usar o Chancay, uma professora de Relações Internacionais da Universidade do Sul da Califórnia, Carol Wise, disse que em pouco tempo esses Estados já vão ignorar tais ameaças.
"Esses países latino-americanos poderão simplesmente dizer: 'Desculpe, que pena, uma tarifa não faz mal', porque eles estarão vendendo muito para a China."