A vida dos ursos polares se deteriorou muito nos últimos anos. O Ártico, o habitat da maior espécie de urso, está perdendo gradualmente sua cobertura de gelo, dificultando de forma significativa a busca deles por presas, o que, por sua vez, leva à diminuição da população de ursos polares.
A caça ao maior representante terrestre dos mamíferos carnívoros está proibida atualmente em quase todos os países árticos: Rússia, EUA, Groenlândia e Noruega. O único país em que os ursos polares são caçados comercialmente é o Canadá.
Urso polar branco salta entre formações de gelo no Oceano Ártico
© Sputnik / Vera Kostamo
As exportações anuais de pele de urso polar totalizam 300-400 peças no valor médio de US$ 60 mil (R$ 342 mil), estima o jornal.
Uma investigação que levou dois anos revelou que o WWF, que trabalha na área de preservação da natureza e redução do impacto humano no meio ambiente, ajudou a facilitar o comércio internacional de peles de ursos polares, diz o The Guardian.
Essa atividade fazia parte do apoio da organização à política de utilização sustentável.
"A ideia é que, ao licenciar a exploração de um pequeno número de animais para fins econômicos, como peles ou caça a troféus, a situação da espécie em geral será melhorada", explica o artigo.
O próprio WWF declarou que não se opõe à caça que "não representa ameaça à sobrevivência de espécies em perigo".
Conforme relatado, a organização ambiental tem promovido de forma consistente a continuação do comércio de peles de ursos polares canadenses.
"O WWF fez lobby contra a concessão de proteção total aos ursos polares em 2010 e 2013 nas reuniões da CITES [Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção], quando os EUA, apoiados pela Rússia, propuseram uma proibição do comércio internacional de peles de ursos polares", indica.
Urso polar no zoológico de Cleveland (EUA)
© AP Photo / Amy Sancetta
Além disso, o jornal afirma que nestas reuniões o WWF estava se posicionando contra a proteção total para outros animais como elefantes, hipopótamos, girafas e rinocerontes.
Segundo o The Guardian, nas últimas cúpulas sobre o meio ambiente a maioria das organizações ambientais não apoiam a atividade do WWF, se opondo às recomendações dele.