"A decisão da atual Presidência da República é uma resolução que tomaram. Nós teríamos preferido outra coisa", afirmou o secretário designado da Presidência, Alejandro Sánchez. Apesar disso, o político destacou que a quantidade de líderes que comparecerão à cerimônia será "a maior da história do Uruguai desde a restauração da democracia".
"Um país como o Uruguai deve ter a capacidade de manter um diálogo aberto com todas as nações. Por isso, desde o primeiro dia, e esse é o critério mais importante para nós, estabelecemos que convidaríamos os países, e não os presidentes, porque são os países que mantêm relações", explicou.
O secretário também ressaltou que, "de qualquer forma", os embaixadores de Venezuela, Nicarágua e Cuba estarão presentes no evento, garantindo assim a representação desses países. "O mais importante é como o Uruguai aproveita essa oportunidade para continuar sendo uma plataforma de diálogo, de solução de controvérsias e um país aberto ao mundo, celebrando 40 anos de democracia e liberdade, o que faremos no dia 1º de março", acrescentou.
Questionado sobre a posição da nova gestão sobre os três países, o futuro ministro das Relações Exteriores, Mario Lubetkin, afirmou que, nos próximos dias, o foco será a organização da cerimônia de posse, e não a discussão da política externa.
Embora o Uruguai mantenha relações diplomáticas com esses países, o governo atual sempre se mostrou crítico, especialmente em relação à Venezuela. Em janeiro, inclusive, o presidente Lacalle Pou chegou a receber, na residência oficial, o ex-candidato opositor venezuelano Edmundo González, que também passou por Argentina, Estados Unidos, Panamá e República Dominicana. A viagem ocorreu na semana anterior à posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato.
No dia 1º de março, Yamandú Orsi, que venceu o segundo turno com 49% dos votos contra 46,7% de seu adversário, Álvaro Delgado, assumirá a presidência até 2030, em uma cerimônia tradicionalmente marcada pela presença de líderes regionais e mundiais.