A presidente do México, Claudia Sheinbaum, confirmou nesta terça-feira (18) que entrará com uma ação judicial contra o Google caso a empresa insista em renomear o golfo do México como golfo da América, em cumprimento a um decreto do governo Donald Trump.
"Vamos aguardar a resposta do Google e, se insistirem em nomear todo o golfo do México como golfo da América, entraremos com uma ação civil", declarou.
Nos últimos dias, as companhias Google e Apple decidiram alterar em seus mapas o nome da porção marítima compartilhada por México, EUA e Cuba. "É uma decisão soberana do governo dos EUA renomear áreas que pertencem ao seu território. O que o presidente Trump rebatizou por decreto é sua plataforma continental, seu território", enfatizou Sheinbaum.
Trump assinou uma ordem executiva logo após assumir o cargo, em 20 de janeiro, para restabelecer "nomes que honram a grandeza dos EUA", incluindo a área marítima em questão.
O decreto presidencial determinou que a zona da plataforma continental norte-americana, que se estende ao norte a partir dos estados de Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida até as fronteiras marítimas com México e Cuba, passasse a ser chamada de golfo da América (EUA).
"O erro do Google, ou de qualquer outra empresa ou pessoa que queira nomear todo o golfo do México como golfo da América, é que não há base legal para isso", continuou a presidente mexicana.
O Google justificou a mudança afirmando que apenas seguiu a atualização feita pelo Sistema de Informações Geográficas dos EUA (GNIS, na sigla em inglês).
Sheinbaum enviou uma carta de protesto à companhia, afirmando que "nenhuma empresa privada pode renomear nosso território com outro nome. Trata-se de um assunto de soberania e reconhecimento do nosso país".
O Google confirmou na semana passada que recebeu a carta e explicou que, ao usar o serviço Google Maps nos EUA, aparece o nome golfo da América, enquanto no México permanece golfo do México. No entanto, a empresa indicou que todos os demais países "verão ambas as denominações".
"Por mais que seja uma empresa privada, uma plataforma privada, existem normas internacionais. Senão amanhã eles podem mudar o nome de um país", criticou a presidente mexicana.