A mensagem em vídeo foi a primeira declaração pública de Trufanov desde que retornou de Gaza em 15 de fevereiro de 2024, onde passou 498 dias. O vídeo foi distribuído pela organização voluntária israelense "Hostages Families Forum" e exibida em telões durante uma grande manifestação em apoio aos reféns em Tel Aviv neste sábado (1º).
Em sua mensagem, Trufanov pede ao público que não permita que os sentimentos de vingança e raiva prevaleçam sobre os valores de unidade e fraternidade, e continue lutando pelo retorno dos reféns restantes.
"Fui libertado há pouco tempo, e todos os dias penso nos reféns que ainda estão lá. Esse pensamento não me deixa. Ele aparece na minha cabeça a cada hora, a cada minuto do dia desde que estou aqui. Ainda não consigo compreender que retornei e que ainda há pessoas que ainda estão lá."
Ser um refém, diz, é como um "jogo psicológico louco" no qual você não consegue deixar de pensar: "Se eu não sair daqui com esse acordo, provavelmente não haverá outro acordo para me tirar."
No vídeo, Aleksandr está sentado em uma cadeira, com mais duas cadeiras de cada lado, exibindo retratos de seus dois amigos, Ariel e David Kunio, que também foram sequestrados por combatentes palestinos em 7 de outubro de 2023 e ainda estão detidos no enclave palestino.
Trufanov pediu ao público israelense que continue lutando pelo retorno de todos os reféns da Faixa de Gaza.
"Peço a vocês: não permitam que sentimentos como vingança, raiva e fúria prevaleçam sobre os valores morais de unidade, fraternidade e santidade da vida humana. Quando falo sobre o retorno de reféns, quero dizer de todos - tanto os vivos quanto os mortos. Deve haver um fim para todas as famílias. Isso não pode ser ignorado. Devemos lutar igualmente por todos", concluiu Trufanov.
Aleksandr Trufanov foi libertado do cativeiro em 15 de fevereiro como parte do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O embaixador russo em Israel, Anatoly Viktorov, saudou a libertação dos reféns e disse que a questão da libertação de Trufanov do cativeiro na Faixa de Gaza era uma prioridade para os diplomatas russos, que fizeram todo o necessário para garantir que este cidadão fosse incluído na lista dos libertados na primeira fase do acordo.
No sábado, 1º de março, terminou a primeira fase do cessar-fogo, que durou 42 dias. As negociações sobre a segunda fase ainda não começaram.
A mídia especula que Israel está interessado em estender o prazo da primeira fase do acordo e seguir trocando reféns israelenses por prisioneiros palestinos.
O movimento palestino Hamas rejeitou essa abordagem de Israel, uma vez que o lado palestino está interessado em garantias de um fim completo da guerra e da retirada das tropas israelenses do enclave palestino.
No momento, o movimento Hamas continua mantendo 59 reféns na Faixa de Gaza, cerca de metade dos quais foram oficialmente reconhecidos como mortos.