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Acordo com Hamas divide opiniões em Israel, e Netanyahu evita pronunciamento

© AP Photo / Ronen ZvulunO primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (à esquerda), e o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, durante coletiva de imprensa no escritório do primeiro-ministro em Jerusalém, em 25 de janeiro de 2023
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (à esquerda), e o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, durante coletiva de imprensa no escritório do primeiro-ministro em Jerusalém, em 25 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 15.01.2025
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O acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza alcançado entre Israel e o movimento palestino Hamas tem dividido opiniões domesticamente.
Nesta quarta-feira (15) foi anunciado pelo presidente recém-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que um acordo de cessar-fogo havia sido ratificado pelas autoridades israelenses e pelas lideranças do Hamas. A notícia foi subsequentemente confirmada pelo atual presidente norte-americano, Joe Biden, e pelos demais mediadores, Catar e Egito.
Dentro de Israel, no entanto, a notícia dividiu o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu (Likud, direita). Em declaração oficial, o escritório afirmou que o premiê havia conversado separadamente com Donald Trump e Joe Biden, agradecendo a ambos.
No entanto, foi ressaltado que um pronunciamento oficial de Netanyahu só aconteceria quando todos os termos do tratado estivessem precisamente acertados.
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Quem é a favor?

O líder da oposição, Yair Lapid (Yesh Atid, centro) afirmou que o país está "segurando a respiração" de ansiedade pelo retorno dos reféns capturados pelo Hamas e agradeceu aos mediadores norte-americanos, catarianos e egípcios pelo acontecimento.
Lapid também instou ao governo que não abandonasse o acordo após a conclusão da primeira fase, garantindo a Netanyahu — investigado por corrupção — que o político terá uma rede de proteção política até que o último refém retorne.
Benny Gantz (Partido da Resiliência de Israel, centro-direita), que participou do gabinete de emergência israelense junto de Lapid, acolheu o acordo com o Hamas, declarando que sua aliança parlamentar, a União Nacional, apoia o tratado.
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O haredi Yitzhak Goldknopf (Agudat Yisrael), ministro da Habitação e Construção, celebrou a conquista afirmando que "salvar uma vida vem antes de toda a Torá".
Yoav Gallant (Likud), ex-ministro da Defesa que ficou no cargo até novembro de 2024, declarou que o cessar-fogo coloca as preocupações nacionais e de segurança acima dos "interesses políticos" e que apoia o governo pela decisão "ética, política e moralmente".
"Esta noite, saúdo aqueles que pagaram o preço para tornar este acordo possível: nossas corajosas tropas e membros do serviço; os feridos e os heróis caídos que lutaram ferozmente contra um inimigo brutal e criaram as condições necessárias para trazer nosso povo para casa", acrescenta.

Quem é contra?

No entanto, na segunda-feira (13), a notícia de que um acordo com o Hamas estava prestes a ser acertado fez com que o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir (Otzma Yehudit, ultranacionalista) divulgasse um vídeo público ameaçando Netanyahu de quebrar com a coalizão governamental e pedindo ajuda ao ministro das Finanças, Bezalel Smotrich (Tkuma, ultranacionalista), a bloquear o tratado.
Após a confirmação do entendimento com os palestinos, Ben-Gvir não se pronunciou publicamente, mas Smotrich declarou que o acordo é "ruim e perigoso para a segurança nacional do Estado de Israel".

"Uma condição clara para permanecermos no governo é a certeza absoluta de retornar à guerra" até a "vitória completa", afirmou em um ultimato a Netanyahu.

O novo ministro da Defesa, e ex-ministro das Relações Exteriores, Israel Katz (Likud), não se pronunciou. O novo chanceler israelense, Gideon Sa'ar (Nova Esperança, direita), afirmou que apoiar o cessar-fogo é "uma decisão muito difícil", mas que deve ser tomada. As declarações foram feitas durante viagem oficial à Itália, na Grande Sinagoga de Roma.
Sa'ar, diz, "fez o máximo e trouxe para casa a maioria dos reféns, mas 98 deles ainda estão lá. Se adiarmos a decisão, não sabemos quantos deles sobreviverão". O ministro encurtou sua viagem e retorna a Israel para o voto de confirmação do gabinete.
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O mesmo tom foi usado pelo presidente israelense, Isaac Herzog (Partido Trabalhista, centro-esquerda). "Este acordo, quando aprovado e implementado, trará consigo momentos profundamente dolorosos, desafiadores e angustiantes", afirmou.
"Respeito e tenho profunda empatia pelos medos e pela dor que este acordo evoca […]. Peço a todos nós que mostremos imensa sensibilidade a todas as famílias dos cativos, incluindo aqueles que estão profundamente magoados com este acordo. Peço que abracem especialmente as famílias ansiosas e enlutadas, que temem que seus entes queridos não retornem no primeiro estágio do acordo."

Famílias de reféns estão dividas

As falas do presidente refletem a profunda divisão existente dentro da sociedade civil israelense.
O Fórum de Reféns e Familiares Desaparecidos celebrou o anúncio, mas afirmou que sua luta não terminará até que todos os reféns restantes retornem a Israel.
O grupo pede que o governo de Israel permaneça comprometido em garantir a implementação do acordo. "O anúncio da assinatura [de um acordo] não traz alegria ou alívio entre as famílias. Nossa respiração ficará presa até que todos os nossos entes queridos retornem para casa."
Outra organização similar, o Tikva Forum (Fórum da Esperança) declarou estar preocupado com os termos acordados com o Hamas. Eles alertam que o acordo "abrirá caminho para o próximo massacre e mais reféns" e pedem que membros do governo renunciem em protesto.
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