A especialista destacou que a ideia de que, depois que o Reino Unido deixou a UE, a França continuaria sendo o único país da UE com um ciclo completo de defesa, incluindo armas nucleares, foi considerada muitas vezes.
"Ainda não houve essa oportunidade [...]. Mas agora o país obteve a oportunidade de tentar colocar a França na primeira liga convencional, porque há muito tempo que a França vem se ressentindo de sua posição, da posição de uma potência média", ressaltou Uzunova.
Na avaliação dela, o próprio fato de Macron ter expressado publicamente essa ideia sugere que a concorrência dentro da UE se intensificou, e o próprio Macron sente que há um momento conveniente para sua iniciativa.
Assim, enfatizou ela, esse já é um sinal sério que sugere que a competição pela liderança na UE está se intensificando. Antes, isso ocorria principalmente na esfera econômica, e a França não tinha os melhores resultados nessa área.
No entanto, no setor de defesa essa ideia permite que a França se posicione na vanguarda e tire seus rivais da UE do caminho.
Teste de lançamento de um míssil balístico francês lançado por submarino M51 (SLBM), capaz de transportar até dez ogivas nucleares
© Foto / Marinha da França
Entretanto, opinou a especialista, é duvidoso que a Alemanha e os EUA tenham uma visão favorável da ideia. Além disso, se o guarda-chuva nuclear francês implicar a proliferação da infraestrutura nuclear para fora da França, isso poderia provocar protestos do resto da comunidade mundial.
"Essa ideia também tem um aspecto global, pois o tema das armas nucleares e da proliferação em geral é mais relevante do que nunca", finalizou.
O presidente russo Vladimir Putin observou repetidamente que a Federação da Rússia não está ameaçando ninguém, mas não ignorará ações potencialmente perigosas para seus interesses.