"É preciso buscar mais atores, independentemente de seu tamanho e importância", declarou Pereira. O dirigente lamentou ainda a ausência de mais vozes nas recentes conversas de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, e o ucraniano Vladimir Zelensky.
"Uma das entidades que têm condições de ajudar na mediação, naturalmente, é a ONU [Organização das Nações Unidas]", disse, lembrando que Brasil e China também apresentaram uma proposta conjunta para a resolução do conflito no ano passado, que contou com forte apoio do Sul Global.
Porém o dirigente do PT pontuou que essa opinião é pessoal e que o PT ainda não definiu um posicionamento oficial sobre a questão. Mesmo assim, destacou que a prioridade é alcançar um acordo de paz o mais rápido possível.
O secretário de Relações Internacionais do PT também demonstrou cautela, mas otimismo quanto a um possível acordo, já que acredita que as circunstâncias atuais favorecem essa possibilidade.
"Um conflito termina quando um dos lados se sente derrotado e não tem mais forças para lutar ou quando se busca uma solução em que ambos ganham e perdem. Agora estamos em um momento propício para isso", afirmou.
Pereira evitou comentar propostas específicas, como a possibilidade de a Ucrânia ceder território, desistir de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ou vender terras ricas em minerais aos Estados Unidos.
Na última terça (18), Trump e Putin tiveram uma conversa telefônica de mais de 90 minutos, quando discutiram diversos temas, com ênfase na solução da crise na Ucrânia. Nesse contexto, foi acordada uma trégua de 30 dias nos ataques contra a infraestrutura energética ucraniana, além do início de negociações técnicas para um cessar-fogo no mar Negro.