O texto original do Poder Executivo determinava R$ 3,7 bilhões de superávit após as deduções permitidas. O teto de despesas para 2025 é de R$ 2,2 trilhões, estipulado pelo arcabouço fiscal (Lei Complementar nº 200/2023), e a meta fiscal para o ano é de equilíbrio entre receitas e despesas, com déficit zero. Entretanto, o arcabouço fiscal admite déficit de até R$ 31 bilhões.
O superávit maior previsto no texto feito pelo Congresso decorre principalmente da reestimativa de receitas elaborada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) no ano passado com acréscimo de R$ 22,5 bilhões na arrecadação.
Entre as despesas aprovadas estão: reajustes de R$ 22 bilhões do funcionalismo (retroativos), R$ 160 bilhões para o Bolsa Família, R$ 3,6 bilhões para o programa Auxílio Gás, R$ 4,2 bilhões para o programa Farmácia Popular; R$ 233 bilhões para a saúde, R$ 167 bilhões para a educação e R$ 60 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A votação deveria ter ocorrido em dezembro, mas foi adiada devido à disputa em torno das emendas parlamentares, bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de transparência. Com isso, o governo federal teve limitada a execução de gastos no início do ano.
Os resultados fiscais esperados para o ano excluem a despesa com precatórios, de R$ 44,1 bilhões, dedução permitida pelo STF.
O valor total da despesa do Orçamento de 2025 é de R$ 5,9 trilhões, mas R$ 1,6 trilhão se refere ao refinanciamento da dívida pública.
Para 2025, o produto interno bruto (PIB) estimado no projeto corresponde a R$ 12,4 trilhões. Portanto, o piso de investimentos seria de R$ 74,3 bilhões. No Orçamento aprovado, o valor ficou em R$ 89,4 bilhões.
Crescimento das emendas parlamentares impositivas
O aumento das emendas impositivas aprovado no plenário será maior do que o aumento dos recursos para a educação. O valor aprovado foi de R$ 50,4 bilhões, sendo que R$ 11,5 bilhões são de emendas de comissões, que não são impositivas e são alvo de questionamento pelo STF.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, ficou com R$ 4,8 bilhões, a maior fatia das emendas de comissão, seguindo o acordo para os comandos dos colegiados permanentes da Câmara e do Senado. O MDB ficará com o segundo maior montante: R$ 2,5 bilhões.
Em 3 de março, a Corte Suprema aprovou o plano de trabalho apresentado pelo Congresso e pelo governo federal, que busca dar transparência ao pagamento de emendas parlamentares.
Com a aprovação do plenário da Suprema Corte, não restam impeditivos para executar as emendas parlamentares previstas para este ano e também dos anos anteriores.
O ministro Flávio Dino, relator da ação, chegou a bloquear os pagamentos de 2024, causando reações do Congresso, como a lentidão em aprovar o Orçamento de 2025.