"Esse novo volume de aportes de crédito para projetos de infraestrutura, essa liquidez que a presidente Dilma gerou também é um dos motivos que a reconduziu para o comando do Banco do BRICS", avalia.
O que esperar dos próximos 5 anos de Dilma à frente do NDB?
"Acredito que os próximos cinco anos da presidente Dilma à frente do novo Banco de Desenvolvimento também vão ser bastante marcados por essa temática, que é a desdolarização da economia mundial. No primeiro momento, a partir da utilização, da criação de mecanismos, como foi anunciada no ano passado, na cúpula da Rússia, a criação do sistema de pagamento dos países BRICS, popularmente conhecido como BRICS Pay. […] No momento mais avançado, da criação da própria moeda dos países BRICS, porque, apesar da utilização das moedas locais, o dólar ainda influencia muito nas economias nacionais", afirma.
"O NBD pode servir — como já tem feito — de instrumento 'seguro' de empréstimo, visando investimentos nos setores de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Essa segurança está no fato de que as regras não vão mudar repentinamente e que há certa previsibilidade em torno das condições de empréstimo e aplicação dos recursos", ressalta.
Influência brasileira no BRICS 'depende única e exclusivamente da vontade do governo brasileiro'
"A própria relação que o Brasil está tendo com a cúpula do BRICS sendo presidente é uma relação de não prioridade. Quando o Brasil decide apertar toda a agenda do BRICS nos primeiros seis meses do ano, numa clara movimentação, no sentido de priorizar a realização da COP, o Brasil demonstra que não tem muito interesse ou não está dando a devida prioridade para o desenvolvimento da agenda do BRICS", reflete.