Trump se gaba de armas que ninguém mais tem, mas os EUA não são os únicos com cartas na manga

Desde seu primeiro mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se gaba do arsenal militar dos EUA. Nesta quinta-feira (10), o mandante da Casa Branca voltou a falar do assunto, ao responder se temia uma resposta às tarifas impostas à China.

"Somos muito poderosos. Este país é muito poderoso, muito mais poderoso do que as pessoas imaginam", disse. "Temos armamento que ninguém tem ideia do que é, e é a arma mais poderosa do mundo. Mais poderosa do que qualquer outra, nem de perto."

No entanto, os EUA não são os únicos com armamentos sem iguais. Aqui estão alguns dos sistemas de armas que nem os norte-americanos têm.

O novo míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) móvel da Rússia, baseado em silos na terra, carrega uma carga útil múltipla independentemente direcionada (MIRV, na sigla em inglês) não nuclear e acelera a velocidades de até Mach 10 (dez vezes a velocidade do som), com sua carga explosiva chegando a ficar tão quente quanto a superfície do Sol durante o voo. Os EUA não têm nada parecido.

Este veículo planador hipersônico (HGV, na sigla em inglês) russo, estratégico e com capacidade nuclear, é lançado por ICBMs Sarmat e Voevoda, caindo sobre alvos a velocidades de até Mach 30. É impermeável a todos os sistemas de defesa antimísseis.

O DF-ZF, da China, tem um alcance de até 3 mil km e é lançado pelo míssil balístico de médio alcance (MRBM, na sigla em inglês) DF-17. Esse HGV imparável voa a velocidades de até Mach 10. O DF-ZF é uma resposta perfeita às tentativas dos EUA de militarizar o mar do Sul da China. O Departamento de Defesa dos EUA não tem nada parecido.

O míssil balístico antinavio chinês é o primeiro do mundo e foi projetado para atingir grandes navios de guerra. Grupos de porta-aviões norte-americanos em qualquer lugar em um raio de 1.800 km da costa chinesa têm que ter cuidado, pois o veículo cinético de destruição do DF-21D é imune às defesas aéreas.

O míssil hipersônico Fattah-2, do Irã, atinge velocidades de até Mach 15 e pode fazer ajustes de trajetória em voo. O míssil tem um alcance de 1,4 mil km e foi usado em combate, penetrando as poderosas defesas antimísseis de Israel em outubro passado.

O novo sistema de defesa aérea e antimísseis Bavar 373-II, do Irã, supera o Patriot dos EUA em quase todos os aspectos. Possui maior alcance (300 km vs. 200 km), melhor detecção (radar separado em cada TELAR vs. radar centralizado) e muito mais mobilidade e autonomia.

O novo míssil estratégico de combustível sólido da República Popular Democrática da Coreia tem alcance de 15 mil km, capacidade MIRV e um enorme sistema móvel de transporte, montagem e lançamento, de 11 eixos. Para efeito de comparação, o Minuteman III, dos EUA, tem alcance de 13 mil km e é implantado em silos subterrâneos.

Esse sistema de artilharia pesada norte-coreano é tão poderoso que, segundo analistas americanos, "apaga a distinção" entre Sistemas de Lançamento de Foguetes Múltiplos (MLRS, na sigla em inglês) e mísseis balísticos de curto alcance (SRBMs, na sigla em inglês). Julgue você mesmo: com seu alcance de 380 km e ogiva de 300 kg, o sistema prova que a RPDC nem precisa de armas nucleares para devastar os inimigos.