Neste 9 de maio é celebrado
80 anos do Dia da Vitória, quando em 1945
a Alemanha nazista assinou o termo de rendição. No entanto, até mesmo a data festiva se torna motivo de discórdia pelo Ocidente, que prefere comemorar no dia anterior, 8 de maio.
Os motivos dessa reescrita histórica foram descritos no episódio do
Mundioka desta sexta-feira (9),
podcast da Sputnik Brasil.
Segundo Pitillo, a Rússia acerta ao insistir em representar o 9 de maio como o Dia da Vitória, porque é a real data que os nazistas se rendem ao Exército Vermelho.
"No dia 8, os nazistas se renderam ao comando aliado numa tentativa de tirar e de esvaziar a discussão política em Berlim, onde estava sendo discutida realmente a rendição", explica o historiador, citando a primeira rendição, que aconteceu em Rennes, na França.
Entretanto, conforme o especialista ressalta, a União Soviética, ao ser comunicada da decisão, exigiu que a Alemanha nazista fosse à capital Berlim se render ao Exército Vermelho.
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva foi a Moscou para participar do evento do Dia da Vitória ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin,
e de outros líderes mundiais.
A
presença de Lula em território russo tem gerado várias críticas por parte da imprensa, o que poderia ser um exemplo do que o Ocidente faz ao ignorar a importância da então União Soviética no combate ao nazismo.
De acordo com Pitillo, Lula se agiganta ao estar presente no Dia da Vitória, sobretudo para
relembrar aos brasileiros que o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial e lutou ao lado dos aliados.
Já em relação a como o Ocidente trata a Rússia no contexto da Segunda Guerra Mundial — a Rússia,
por exemplo, que libertou Auschwitz, não foi convidada para a cerimônia de 80 anos do fim do campo de extermínio —, o historiador trata como uma tentativa da Europa de reescrever a história e isolar a Rússia desses movimentos.
O analista ainda descreve como "uma covardia com a memória do Exército Vermelho, que deu o seu sangue para libertar Auschwitz", o não convite para os 80 anos de celebração do fim do campo de concentração.
Pitillo atenta que todo esse contexto faz parte da tentativa do Ocidente de
colocar um carimbo negativo na Rússia, que logo seria desmentido assim que a liderança russa chegasse no evento.
Isso acontece, segundo ele, porque a Rússia não é o satélite que a Europa gostaria que o país fosse. Pelo contrário, após 1945 e, mesmo após a dissolução da União Soviética, a Rússia seguiu como um estado autônomo.
"A Europa tem constituído um ambiente cada vez mais hostil à Federação da Rússia. Mas por que esse ambiente? Porque a Federação da Rússia tem trilhado um caminho autônomo."