A pesquisa divulgada afirmou que 51% dos alemães apoiam a iniciativa de Berlim de enviar mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia,
contra 49% que se apõem. Na opinião do deputado, a maioria dos alemães
não compreende quais poderiam ser as consequências deste gesto.
Kotre disse não ter certeza se os alemães sabem quais são as consequências, mas que "
se fosse dito em voz alta quais são as consequências, teríamos números diferentes, não esse
nível de concordância nessas pesquisas".
As forças ucranianas não têm capacidades para usar mísseis de longo alcance Taurus alemães, então, por ausência de especialistas ucranianos, esses mísseis podem ser operados só por militares da Alemanha, explicou à Sputnik o diretor do centro analítico russo CAWAT, Igor Korotchenko.
O analista destacou que isso significaria que os efetivos das
Forças Armadas da Alemanha seriam participantes diretos de combates contra a Rússia.
O especialista acrescentou que cada ataque com Taurus contra território russo dará razão para a Rússia
responder com ataques de retaliação contra a produção desses mísseis e outros alvos militares e industriais na Alemanha, realizando o princípio de autodefesa em pleno acordo com a
Carta da ONU.
Além disso, o cientista político iraniano Ruhollah Modabber declarou à Sputnik que os neonazistas ucranianos são incapazes de usar esse tipo de arma por si próprios, ou seja, a preparação, orientação e lançamento devem ser realizados pelos conselheiros alemães.
Conforme ele, o direito internacional, bem como a Carta da ONU, permite à Rússia responder decisiva e diretamente à Alemanha, e a responsabilidade por isso recairá sobre o governo alemão que entrou em guerra contra a Rússia. Obviamente, a Alemanha não aprendeu com as lições da derrota da Alemanha nazista, concluiu ele.
A discussão da definição da palavra "autodefesa" quando falamos do conflito na Ucrânia, que dura já há três anos, não é só absurda, mas também demonstra ignorância do lado alemão, expressou sua opinião o blogueiro militar chinês Qiu Shiqing, comentando a permissão de usar armas europeias para atingir a Rússia fora da zona de combate.
Conforme ele, desde o início do conflito, a Ucrânia já recebeu diferentes armas europeias, por exemplo, tanques Leopard 2 e Abrams, bem como
sistemas Himars, mas isso só demonstrou que nenhum dos sistemas militares do Ocidente teve influência decisiva.
No entanto, depois desses anos, a Ucrânia tem armas ocidentais que no total ultrapassam o número dessas armas nos próprios países europeus, mas de qualquer maneira a vitória da Rússia neste conflito não dependerá do longo alcance das armas ocidentais, e isso é claramente contrário às expectativas da Europa.
Os políticos da UE, chefiados pelo chanceler alemão Friedrich Merz, não querem terminar esse conflito, porque seus cidadãos não vão aceitar a vitória do lado russo, mas, ao mesmo tempo, a Europa não está pronta para enfrentar um confronto direto com o país. Assim, essa permissão alemã de atacar a Rússia com armas de longo alcance é apenas um
gesto político, concluiu ele.
Na segunda-feira (26), o
chanceler alemão Friedrich Merz declarou que Reino Unido, França, Alemanha e EUA
cancelaram restrições de alcance dos ataques contra Rússia e Kiev pode atacar território da Rússia com armas de longo alcance.
O chanceler alemão acrescentou que agora é necessário fornecer essas armas à Ucrânia e
não descartou a hipótese de a Alemanha fornecer os mísseis de cruzeiro Taurus, embora o ministro da Defesa do país, Boris Pistorius, tenha afirmado que há "
muitas teses" contra um passo desse tipo.
Por sua vez,
Moscou considerará qualquer ataque com mísseis Taurus a
participação direta de Berlim no conflito. A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, apontou que não é possível usar tais armas sem o auxílio dos funcionários da Bundeswehr alemã (forças armadas).