"A Europa basicamente confiou na segurança fornecida pelos americanos, principalmente no guarda-chuva americano, por uma questão de oportunismo, porque isso obviamente permitiu à Europa, aos países europeus, reduzir os gastos de defesa para níveis ínfimos do PIB."
"Trump é a expressão do problema dos Estados Unidos, que não querem mais pagar e morrer também, porque, obviamente, não é só questão de custos, é questão de mandar tropas em defesa da Europa. [Os europeus] Vão ter que virar adultos e começar a pensar na sua própria defesa, como todo e qualquer país normal do planeta Terra."
"A Alemanha também tem passado por uma reorientação na política de defesa. Tem buscado aumentar também suas contribuições para um fundo especial para a modernização das suas Forças Armadas. Mas a dependência […] com relação aos Estados Unidos em termos de defesa aérea, mísseis e controle é substancial", disse.
"É um cenário que ninguém considera efetivo, […] mas, sim, começa-se a imaginar que é necessária uma complementaridade europeia — a França, neste momento, do ponto de vista nuclear, seria o mais bem posicionado, e, do ponto de vista financeiro, a Alemanha também estaria neste momento mais bem posicionada", ponderou Paz.
Aumento de gastos com defesa
"A Europa, mesmo comprando todas as armas do mundo, não seria capaz de se defender hoje, porque falta completamente uma visão, uma pedagogia nacional estratégica, coisa que os russos têm, que os chineses têm, que os coreanos têm, mas que os europeus já não têm desde a Segunda Guerra Mundial."