Panorama internacional

Resposta da Rússia ao possível uso de uma bomba suja pela Ucrânia será catastrófica, diz Putin

O presidente da Rússia Vladimir Putin fala na sessão plenária do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF) nesta sexta-feira (20). O chefe de Estado deverá avaliar a situação econômica doméstica e global, bem como a política internacional, disse o assessor presidencial russo Yuri Ushakov.
Sputnik
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov declarou que o discurso do presidente na sessão plenária do SPIEF será "abrangente". Em particular, Putin vai falar sobre a "etapa atual de desenvolvimento da economia" da Rússia e as principais áreas de seu desenvolvimento.

O presidente da Rússia, durante o discurso, delineou os desafios que a Rússia enfrenta economicamente. De acordo com ele, apesar do difícil contexto externo, o PIB da Rússia tem crescido mais de 4% ao ano.

Na Rússia, é importante garantir que a economia entre em uma trajetória de crescimento equilibrado, ou seja, alcançar menores níveis de inflação e desemprego. A dinâmica da inflação no país está se desenvolvendo melhor do que o esperado por muitos especialistas, observou o presidente.
A Rússia deve entrar no top 20 países até 2030 pelas condições de práticas comerciais, apontou Putin durante o discurso. Putin enfatizou que é importante não só desenvolver novas soluções tecnológicas, mas também implementá-las rapidamente.

BRICS vai inevitavelmente crescer

O líder russo salientou que Moscou continuará trabalhando em estreita colaboração com o BRICS na infraestrutura de pagamentos.
A participação do BRICS na economia global vai crescer inevitavelmente, comentou o presidente em seu discurso no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
Rússia continuará a desenvolver sistemas de pagamento independentes com países do BRICS, diz Putin.
Além disso, líder russo destacou que os laços dentro do BRICS estão se fortalecendo em meio ao crescimento do intercâmbio comercial, acrecentando qu só organizações como BRICS podem garantir o avanço da civilização mundial.

Putin: problemas globais precisam de resposta global, não podem ser resolvidos individualmente

Os laços dentro do BRICS estão sendo fortalecidos, o comércio mútuo está crescendo;
Há necessidade de construir um novo modelo de desenvolvimento no mundo – sem os princípios do neocolonialismo;
Velhos mecanismos da era da globalização se desgastaram e desacreditaram;
A Rússia está pronta para ajudar países amigos, não só com suprimentos ou modernização de armas, mas também para criar empresas prontas para entrega;
Além disso, a Rússia vai modernizar a infraestrutura militar e a equipar com equipamento moderno, adicionou o presidente.

G7 vs BRICS

Parcela do G7 na economia está diminuindo ano a ano, já parcela do BRICS só aumenta, afirmou Vladimir Putin no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. Os países ocidentais estão perdendo sua posição na economia global e a Rússia está pronta para colaborar com eles, disse o líder russo.
Além disso, a Rússia está pronta para negociar com os países que perdem sua posição na arena mundial, tendo em conta a vontade de acrescentar na mudança do mundo o caráter civilizado para que as decisões sejam equilibradas.
Entretanto, os Estados do Sul Global e Ásia vão esforçar-se para construir potencial, é inevitável, concluiu o presidente.

Situação na Ucrânia

O presidente da Rússia classificou a atual situação na Ucrânia como uma tragédia provocada por aqueles que se recusam a aceitar as transformações globais em curso. Putin criticou a rejeição, por parte do Ocidente, aos apelos russos para impedir a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), descrevendo essa postura como uma herança da antiga política neocolonial.
O líder russo também afirmou que Kiev se recusou a negociar com Moscou porque o Ocidente acreditava que poderia tirar proveito do conflito. Para Putin, seria benéfico que a Ucrânia retomasse os valores que nortearam sua soberania, especialmente a neutralidade em relação a blocos militares.
Durante o discurso, o presidente russo também comentou sobre o possível uso de uma bomba suja (artefato militar que combina explosivos convencionais com material radioativo como urânio) pela Ucrânia. "Esse pode ser o último erro que os neonazistas ucranianos cometeriam", declarou.
A doutrina nuclear da Rússia ainda prevê uma resposta equivalente a ameaças desse tipo, advertiu Putin. Além disso, o presidente russo lembrou que a Ucrânia está cada vez mais perdendo sua prontidão para o combate: atualmente, o Exército atua com apenas 47% de sua força.
Já com relação à invasão ucraniana contra a região de Kursk, Putin afirmou que o ataque teve motivação política para que o regime de Vladimir Zelensky pudesse convencer os patrocinadores ocidentais a enviarem mais ajuda. "A Ucrânia perdeu mais de 76 mil pessoas na região", acrescentou o presidente russo.
Por fim, Putin comentou sobre as tensões no Oriente Médio após os ataques israelenses contra o Irã. Além de oferecer a chancelaria russa como uma possível mediadora do conflito, Putin defendeu o direito de Teerã à energia nuclear pacífica. "Apoiamos o Irã em sua luta por seus interesses legítimos, inclusive no que diz respeito ao átomo pacífico. Sempre mantivemos essa posição", declarou.
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