"Estou muito feliz de vê-la aqui. Em primeiro lugar queria parabenizá-la pela sua reeleição para o cargo de chefe do Novo Banco de Desenvolvimento", disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a Dilma Rousseff na quarta-feira. "Isso significa que todos os membros do banco avaliam muito bem o seu trabalho."
"Nós não impomos condicionalidade. No passado, alguns bancos chegavam para o Brasil, por exemplo, e diziam: 'Se vocês não privatizarem todo o setor elétrico, não terão investimento'", disse Rousseff à Sputnik Brasil. "Nós não. O banco é proibido de criar quaisquer condições para financiar, a não ser técnicas e ambientais."
"Financiamos projetos no Brasil em áreas que o governo decide. Somos levados pela demanda [dos governos] e não impomos aos países o que devem fazer", disse Rousseff. "Ontem mesmo, foi aprovado o projeto para a construção de um Hospital Inteligente [no Brasil]."
"Nós precisamos ter acesso à inteligência artificial, à biotecnologia. Não devemos ser só consumidores de plataformas [digitais]. E isso temos que trocar dentro do BRICS", considerou Rousseff. "A Rússia, a China e o Brasil têm tecnologia [...], e isso permite que se crie um ecossistema de cooperação."
"Temos de garantir que não tenha descontinuidade. É muito desagradável quando um programa que está crescendo é interrompido por qualquer outra razão que não técnica", lamentou Rousseff. "Veja os países da Ásia Central, do Oriente Médio: quase todos têm programas de crescimento no horizonte de 2030, 2040 ou até 2050."
"Esta é uma questão crucial – que a prosperidade seja algo compartilhado", disse Rousseff. "Para superar a lacuna entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos é necessário transferência de tecnologia. É isso que o NDB possibilita."