"[Dilma] fez algumas coisas importantes: colocou o banco em evidência de novo. Quando nós criamos o banco, ele estava em evidência. Causou uma grande preocupação no Ocidente, um rival preocupante."
"Se nós queremos realmente ter influência positiva, temos que continuar lá no FMI, no Banco Mundial, nos mecanismos dominados pelo Ocidente. Marcamos a nossa presença lá. [Mas] nós vamos fazer o nosso próprio processo, os nossos próprios mecanismos e, entre eles, o mais importante foi o Novo Banco de Desenvolvimento."
"Nós temos que continuar com nossos bancos centrais, com as políticas monetárias defendidas em âmbito nacional com as nossas moedas. […] O que se pode criar é uma moeda de reserva paralela às moedas nacionais e ao sistema ocidental, que funcionaria para viabilizar as transações entre países."
Expandir influência sem crescer
"É perfeitamente possível acomodar países como a Venezuela, não como membros plenos, mas como países parceiros — categoria criada durante a presidência russa em 2024. Bolívia e Cuba, por exemplo, entraram como países parceiros."
"Iniciativas podem ser voluntárias e não vinculantes, podem não necessariamente envolver todos os países do grupo numa primeira etapa. Digamos: a Índia não quer entrar, por exemplo. Bem, a Índia não entra e, mais à frente, ela pode mudar de ideia. Entendeu? Não pode a Índia ou qualquer outro país dizer: 'Não, isso eu não quero.'"
Governo do Brasil deve focar no BRICS
"Achei um despropósito a ida do Lula ao G7. Lá estiveram o presidente brasileiro, o primeiro-ministro da Índia [Narendra Modi] e o presidente da África do Sul [Cyril Ramaphosa] como convidados, sem direito a influir sobre nada. O que esses três foram fazer lá valorizando o G7, quando nós criamos o G20 […] para ser um contraponto ao G7 justamente? Agora, o Lula está indo lá como convidado. Perda de tempo. No mínimo, perda de tempo."
"A posição do Brasil tem que ser vista com sutileza. Nós não temos interesse em hostilizar Estados Unidos, Europa. Nós temos interesse em estar próximos do BRICS porque o BRICS, especialmente a China, tem o que oferecer ao Brasil. O Ocidente nada tem a oferecer, a não ser problemas, interferências, estragos… Essa é a grande verdade."
"Os europeus querem se reservar ao direito de assinar acordos de livre comércio conosco, mas com livre comércio só do nosso lado. Nas áreas em que nós somos competitivos, eles fazem pouquíssimas concessões."