"O Hamas não parece estar […] atuando de boa fé. Consideramos opções alternativas para trazer os reféns de volta e tentar criar um ambiente mais estável para o povo de Gaza", declarou Witkoff na rede social X.
Ele acrescentou que os negociadores estadunidenses que estavam em Doha para consultas retornaram a Washington depois da última resposta do Hamas, que, segundo ele, demonstrou "falta de desejo" de alcançar um cessar-fogo.
Segundo dados das autoridades na Faixa de Gaza, o número de palestinos mortos no conflito com Israel chega a quase 60 mil, enquanto os feridos passam de 143 mil.
Um cessar-fogo ocorreu de 19 de janeiro a 1º de março, bem como a troca de reféns israelenses por presos palestinos. Durante as seis semanas, o Hamas libertou 30 reféns e Israel devolveu cerca de 1,7 mil palestinos, bem como retirou tropas do enclave.
Com o fim da trégua, Israel deixou de fornecer eletricidade à planta dessalinizadora em Gaza, o que diminuiu o acesso à agua, e impediu a entrada de caminhões de ajuda humanitária.
Nos últimos meses, porém, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cedeu à pressão internacional e permitiu a entrada de provisões, escolhendo a empresa estadunidense Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) para executar o serviço e retirando as organizações que já trabalhavam no local.
Na semana passada, a organização TRIAL International, dedicada ao combate da impunidade e de crimes internacionais, apelou a autoridades suíças para investigarem as atividades da GHF, por suspeita de usar a entrega de ajuda humanitária como fachada para um plano que envolve ampliar a presença militar privada e do Exército israelense na Faixa de Gaza.
Segundo dados do Banco Mundial, atualmente cerca de 2,4 milhões de pessoas em Gaza dependem completamente de ajuda humanitária.