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Tensões comerciais entre Brasil e EUA: Lula responde a tarifas de Trump e pede por 'respeito'

Em entrevista ao The New York Times, o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, falou sobre o tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, e reafirmou que os canais de diálogo estão abertos com a Casa Branca, desde que seja para tratar de questões comerciais.
Sputnik
O presidente Lula reagiu às tarifas impostas pelo governo Trump ao Brasil, demonstrando preocupação com os impactos da decisão sobre consumidores dos dois países. Segundo ele, "brasileiros e americanos não merecem ser vítimas da política", afirmando que, se a medida tem relação com o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, trata-se de uma injustiça para os povos envolvidos.
Lula afirmou que a diplomacia brasileira tentou abrir canais de comunicação com Washington, sem sucesso.

"Designei meu vice-presidente [Geraldo Alckmin], meu ministro da Agricultura [e Pecuária, Carlos Fávaro], meu ministro da Fazenda [Fernando Haddad], para que cada um pudesse conversar com seu homólogo", relatou. A única resposta, segundo o presidente, veio em forma de anúncio público no site oficial de Trump, formalizando as tarifas.

Para Lula, o tom da comunicação revela falta de disposição para o diálogo por parte dos Estados Unidos. Ele reforçou que o Brasil buscará defender seus interesses com firmeza, mas sem subserviência. "O Brasil negociará como um país soberano", declarou.
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O presidente também rebateu críticas sobre seu posicionamento direto em relação a Trump, negando qualquer receio de retaliação. "Não há motivo para ter medo", disse. Lula defendeu uma postura equilibrada entre as nações, argumentando que "na política entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer".
Questionado sobre os possíveis efeitos das tarifas, Lula comparou a situação ao temor do bug do milênio, em 1999: "Não estou dizendo que nada vai acontecer, mas temos que esperar o Dia D para saber." Ele deixou claro que o caso judicial de Bolsonaro não será moeda de troca, e sugeriu separar os assuntos políticos dos comerciais.

"Se ele quer ter uma briga política, então vamos tratá-la como uma briga política. Se ele quer falar de comércio, vamos sentar e discutir comércio", apontou, criticando a mistura de temas por parte da Casa Branca. O presidente reforçou que respeita a soberania norte-americana, mas espera o mesmo tratamento em relação ao Brasil.

Lula revelou estar pronto para buscar novos mercados, mencionando a China como alternativa relevante. "Se os Estados Unidos não quiserem comprar algo nosso, vamos procurar alguém que queira [...]. Nem meu pior inimigo poderia dizer que Lula não gosta de negociar", completou.
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