Durante audiência que marcou o retorno do STF do recesso, Moraes afirmou que vai ignorar quaisquer sanções e "continuar trabalhando como vem fazendo", destacando que a democracia do país não cederá diante das pressões norte-americanas.
"Essa organização criminosa, ao esperar a permanência dessa coação, […] [talvez espere] uma covarde redenção dos Poderes brasileiros. Enganam-se essa organização criminosa miliciana e esses brasileiros escondidos em território internacional, enganam-se em esperar fraqueza institucional ou debilidade democrática."
Em tom elevado, Moraes ressaltou que os articuladores das sanções ao Brasil "acham que estão lidando com pessoas da laia deles, acham que estão lidando também com milicianos". Para o ministro do STF, esses atos configuram traição ao país.
"Essas condutas dessa organização criminosa são claros e expressos atos executórios de traição ao Brasil e flagrantes confissões da prática de crimes — em especial, coação no curso do processo, obstrução de investigação, participação em organização criminosa e, principalmente, atentado à soberania nacional."
Na última quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras, que tem como justificativa uma suposta perseguição política sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo no âmbito da trama golpista. A taxação, que excluiu cerca de 700 produtos, como suco de laranja e itens de aviação, entrará em vigor no próximo dia 6.
Sobre as taxações, e sem citar o deputado federal Eduardo Bolsonaro — filho do ex-presidente, que está nos Estados Unidos há alguns meses fazendo lobby contra o julgamento do pai —, Moraes declarou que o objetivo dos investigados é "provocar instabilidade e abrir caminho para um novo ataque".
"Assumem, inclusive nas redes sociais, a intermediação com um governo estrangeiro para impor medidas econômicas contra o Brasil, como a taxação de 50% dos produtos brasileiros nos Estados Unidos."