Em meio à crise, houve ainda a solicitação para que o governo brasileiro alterasse o local da conferência, que deve receber quase 45 mil pessoas, entre autoridades, ambientalistas e representantes de organizações não governamentais de todo o mundo. Porém, o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, afirmou nesta sexta-feira (1º) que não há plano B e que a capital paraense segue como sede do evento climático.
"O que aconteceu foi uma reunião de emergência, e os representantes dos países disseram ter uma preocupação muito grande por causa dos preços de hospedagem em Belém, e que esses preços estão muitíssimo acima de qualquer aumento que houve em qualquer outra COP", afirmou, em conferência com jornalistas.
Conforme o embaixador, as principais reclamações foram feitas por países menos desenvolvidos, além da delegação africana e de pequenos Estados insulares.
"Sendo o Brasil um país em desenvolvimento e querendo uma COP inclusiva, temos que encontrar uma maneira de que esses países possam estar em Belém, porque eles também dizem que a COP, com a ausência dos países mais pobres, ficaria sem legitimidade por não ter a universalidade. O governo está trabalhando para oferecer quartos dentro do que eles podem pagar", acrescentou.
Além disso, Lago afirmou que o governo atua para viabilizar diárias de hospedagem entre US$ 100 (R$ 554) e US$ 600 (R$ 3,3 mil), principalmente para os países menos desenvolvidos.
"Os hotéis estão botando preços tão altos que se tornaram referência. Esses valores estão sendo transferidos para os preços dos apartamentos também. A questão não é a quantidade de hospedagem, é o preço nitidamente acima do que esses países podem pagar", disse, ao lembrar que o auxílio oferecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para nações subdesenvolvidas é de US$ 149 (R$ 825).
Atualmente, Belém conta com 18 mil leitos de hotel e, para ampliar o número, já foram contratados dois navios de cruzeiro que serão utilizados como hotéis temporários, o que vai disponibilizar mais 6 mil leitos.