"A crise política dificultou que o governo conseguisse achar alguma solução e, por ser muito impopular, nenhuma candidatura competitiva foi viabilizada por meio dele. Há esse desgaste todo, sobretudo com as críticas cada vez mais ácidas do Evo Morales, direcionadas não apenas ao Arce e ao candidato do MAS, mas também ao presidente do Senado [com a maior intenção de votos entre a esquerda], que era apontado como grande aliado e, depois que lançou a candidatura, passou a ser acusado de traidor", resume o especialista.
Morales e os impactos na crise política do país
"Acredito que, por ter se considerado o único candidato possível do MAS, acabou implodindo o próprio partido e levado a essa situação, agora que a direita tem uma grande chance de voltar. Além disso, é bem provável que a esquerda sequer vá para o segundo turno […]. Essa fragmentação certamente dificultou uma candidatura unificada com mais força, mas também não é a única explicação, já que a Bolívia tem vivido nesses últimos anos aquela clássica crise do desenvolvimentismo latino-americano", acrescenta.