"A Amazônia já é palco de disputas que vão além da questão ambiental: narcotráfico, tráfico de armas, mineração ilegal e fronteiras vulneráveis. Ao mesmo tempo, os minerais estratégicos da região, fundamentais para tecnologias emergentes, tendem a intensificar a competição global. Isso desloca a questão amazônica de um campo restrito ao meio ambiente para outro, em que segurança e soberania também estão em jogo. Não se trata de militarizar a floresta, mas de criar mecanismos de cooperação que protejam recursos, fronteiras e populações, antecipando riscos que tendem a crescer com a valorização estratégica da região", resume.
É viável criar uma política comum de defesa entre os 8 países da Amazônia?
"O vazio deixado por esse processo fez com que a cooperação ficasse limitada a arranjos ad hoc entre forças armadas que já possuíam relações históricas, algo útil para operações pontuais, mas insuficiente para a formulação de uma política regional. A OTCA, por sua dimensão mais restrita e foco territorial claro, pode oferecer uma oportunidade de retomada dessa integração em bases mais realistas", afirma.