De acordo com o texto, as
declarações de autoridades israelenses sobre palestinos, o
assassinato de crianças e a destruição de campos agrícolas, armazéns de alimentos e padarias, em conjunto com a
restrição de entrada de ajuda humanitária em Gaza, corte de medicamentos e eletricidade essenciais à sobrevivência da população evidenciam que as ações de Israel são tentativas de cometer
genocídio em Gaza.
A resolução também menciona crimes de tortura, violência sexual e ataques deliberados contra médicos, trabalhadores humanitários e jornalistas cometidos por Israel.
O deslocamento forçado de quase todos os
2,3 milhões de palestinos de Gaza e a
demolição de quase 100% da infraestrutura habitacional do território são outras evidências desse crime considerado hediondo, ao destruir "estruturas essenciais à continuidade do bem-estar e da identidade coletiva palestina", diz a resolução aprovada.
A morte de mais de 50 mil crianças representa, segundo a associação, uma das facetas mais cruéis de genocídio, pois "a destruição física do grupo é assegurada quando este não consegue se regenerar".
A
fome entre palestinos na Faixa de Gaza atingiu o patamar 5, o
mais grave na classificação sobre segurança alimentar, uma catástrofe humanitária, segundo a Organização da ONU pra Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
O governo israelense condenou o texto:
A IAGS foi fundada em 1994, no contexto do genocídio de Ruanda, na África, e se dedica a estudar o tema do genocídio no mundo, com base no artigo 2º da Declaração para Prevenção do Genocídio de 1948 da ONU. O texto tipifica genocídio como atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
Israel se encontra sob investigação da Corte Internacional de Justiça (CIJ), tribunal parte das Nações Unidas, por plausível violação da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
O Brasil informou, em julho, que estava em fase final de preparação para apresentar uma "intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça", movido pela África do Sul, com base na Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
A iniciativa brasileira se apoia, segundo o governo, no
"dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de direito internacional e direito internacional humanitário", especialmente diante da "plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção
contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados", como reconhecido em medidas cautelares emitidas pela CIJ em 2024.